DEVAGAR SE VAI AO LONGE...
Aos catorze anos de idade iniciei a minha vida profissional, como balconista de farmácia, na pequenina Cantagalo, no interior fluminense. De lá para cá, transcorridos mais de sessenta anos, muita coisa aconteceu na minha vida, pessoal e profissional, e no mundo. Venho do tempo em que não havia televisão, computador, internet, “essas modernidades”. Estou em tempos de globalização, na era do conhecimento, das tecnologias da informação e da comunicação avançadas e em constantes transformações. Como dizia o filósofo e poeta Renato Russo “o futuro não é mais como era antigamente”...
A partir de 2013, resolvi reduzir a velocidade, diminuir o ritmo de meus compromissos profissionais, viajar menos, escrever menos; ler mais, ouvir mais, conversar mais... A Coluna do Celso está na cota das reduções. Para continuar a escrevê-la, teria que me manter permanentemente atualizado com a legislação educacional, analisar, quase que diariamente, essa enxurrada de notas técnicas, portarias normativas, despachos produzidos pelos tecnocratas do Ministério da Educação, portadores de uma síndrome muito comum no serviço público brasileiro, a syndrome legislativam. É muito penoso, diria, um castigo. Talvez eu mereça esse castigo, por ser, ainda, um espírito imperfeito, mas eu posso usar do meu livre arbítrio pra dizer: chega!
Esse convívio com os internautas por cerca de três anos teve extraordinários reflexos em minha vida pessoal e profissional. Aprendi muito, especialmente, a receber as críticas com mais humildade, tolerância, compreensão. Mas ainda falta muito!
Nesta despedida dos leitores da Coluna do Celso, agradeço, em primeiro lugar, aos que dedicaram um pouco do seu tempo para essa leitura, mesmo discordando ou não gostando dos meus escritos. Agradeço à Cecília Horta, que me trouxe para a Abmes há algumas décadas, na administração do grande educador Edson Franco, um paraense que deveria ser governador do Pará, para “botar as coisas nos trilhos”. Agradeço a todos os dirigentes e funcionários da ABMES pela consideração e apreço com que sempre me distinguiram. Agradeço aos queridos amigos Marly e Gustavo, do Ilape (Instituto Latino-Americano de Planejamento Educacional), pelo apoio que nunca me faltou.
Continuarei trabalhando, enquanto a “cuca” e o corpo permitirem, mas devagar... Porque devagar se vai ao longe...
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