O setor de educação privada preencheu dois terços das vagas do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) disponibilizadas para o primeiro semestre de 2017, de acordo com dados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Até 11 de abril, o número de alunos matriculados com Fies somava 98.931, o equivalente a 66 por cento das 150 mil vagas abertas para a primeira metade do ano.
Em 2016, o Ministério de Educação (MEC) havia ofertado um total de 325 mil vagas (250 mil vagas no primeiro semestre e 75 mil vagas no segundo), das quais 203.583, ou quase 63 por cento, foram preenchidas.
O diretor executivo da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), Sólon Caldas, afirmou que as regras mais duras de seleção do programa dificultam o preenchimento de todas as vagas, o que por sua vez tende a se refletir nos esforços para a captação de novos alunos.
"Do jeito que (as regras) estão o aluno não consegue atender aos requisitos, então sobram vagas", disse Caldas. "E o Fies contribui com uma parcela significativa da captação de alunos, então é lógico que isso vai se refletir na captação em geral", afirmou, lembrando que o impacto deve variar de uma região para outra.
Segundo Caldas, em face da diminuição do número de vagas do Fies, muitas empresas de educação têm buscado parcerias com instituições financeiras para ampliar as possibilidades de financiamento privado e aumentar a base de alunos.
Procuradas, Estácio Participações e Kroton Educacional, as duas maiores empresas do setor, comunicaram que os números sobre a captação de novos estudantes serão divulgados apenas nos balanços financeiros de primeiro trimestre, previstos para 26 de abril e 12 de maio, respectivamente.
Na semana passada, a Ser Educacional informou ter captado 46,1 mil novos alunos de graduação, sendo 7,5 mil por meio do Fies, nos três primeiros meses de 2017. O número superou em 15,3 por cento as captações de 39,9 mil apurados em igual período de 2016.