O Ministério da Educação (MEC) informou que deve divulgar na próxima quinzena as novas regras do Fies, o financiamento estudantil do governo.
No entanto, os estudos em torno do programa universitário ainda não foram finalizados e dependem de aval do Ministério da Fazenda, segundo fontes. A reestruturação do Fies está sendo costurada pelo MEC em conjunto com outras pastas como Fazenda, Planejamento e Casa Civil.
Nesta semana, representantes das instituições privadas de ensino superior estiveram reunidos com o ministro da Educação, Mendonça Filho, mas ele não revelou detalhes do novo modelo para o crédito estudantil.
Durante os estudos sobre o Fies, várias propostas foram analisadas. Entre elas estão, por exemplo, de acordo com fontes, a criação de um financiamento estudantil híbrido, ou seja, com recursos públicos e de bancos privados. O governo subsidiaria uma parte da taxa de juros dos bancos interessados em participar do programa. Outra possibilidade estudada pelo governo é o Fies ter regras diferenciadas por curso e renda do aluno.
Em fevereiro, a Abraes, entidade que representa o setor, apresentou várias sugestões, como cobrança de uma parcela do valor curso durante a graduação e no período de carência, redução de prazos de carência e amortização, e aumentar a fatia da mensalidade que vai para o fundo garantidor do Fies, entre outras. Na época, o secretário de educação superior do MEC, Paulo Barone, disse que várias dessas propostas estavam alinhadas com as modificações planejadas pelo governo. Ontem, o MEC não confirmou que essas medidas fazem parte do novo modelo do Fies e destacou que os estudos em torno do programa ainda não foram finalizados.
Diante das dúvidas em torno das regras que devem ser anunciadas nas próximas semanas, os grandes grupos educacionais têm insistido que estão cada vez menos dependentes do Fies. Ontem, durante divulgação de resultados, a Anima destacou que entre os calouros que se matricularam neste começo de ano, apenas 11,4% o fizeram com o Fies.
Segundo análise do Santander, entre as quatro companhias listadas, cerca de 20% dos novos alunos estão entrando no ensino superior com Fies.