Mais de 34 mil vagas do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) 2017 não foram preenchidas, o que representa 23% das 150 mil oportunidades oferecidas para o primeiro semestre deste ano.
Em 2016, o Ministério da Educação também registrou quantidade significativa de vagas ociosas. O Fies 2016/1 ofereceu 250 mil oportunidades e a ociosidade foi de 41%. Neste ano, O MEC diminuiu a oferta em 100 mil vagas para o financiamento pelo Fies.
Motivos
Para o Ministério, os motivos para o não preenchimento de 34.555 vagas das 150 mil oferecidas dependem de diferentes motivos, entre os quais estão:
=> A realização da inscrição, validação e finalização do cadastro no Sisfies;
=> Desistência do candidato por motivos como o valor financiado e aprovação em outro processo seletivo;
=> O preenchimento e comprovação dos requisitos, validados pela CPSA, necessários para formalização dos contratos;
=> A falta de comprovação de documentação e/ou da declaração de renda de até 3 salários mínimos;
=> Rejeição do financiamento por parte do banco.
O Ministério da Educação afirma que a distribuição das vagas do Fies 2017/1 seguiu a prioridade estabelecida para cursos de Engenharia, da área da Saúde e formação de professores. Segundo o MEC, não é possível dividir a ociosidade por graduação, neste momento, mas que isso não significa que os cursos prioritários sejam menos procurados que os outros.
A opinião da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) é contrária à do MEC, conforme discutido no Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular. Para a entidade, um dos maiores motivos para a não ocupação de 23% das vagas é a prioridade que se dá para cursos que não possuem grande procura, como as licenciaturas, e áreas com maior evasão dos estudantes, tendo como exemplo as Engenharias.
Entre os cursos mais procurados pelos estudantes no Fies, temos como exemplo: Direito, Administração, Engenharia civil, Enfermagem e Psicologia.
A ABMES acredita que as exigências do MEC, além da maior oferta para cursos prioritários, atrapalha o estudante a conseguir o financiamento. A Associação afirma que a média exigida de 450 pontos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não costuma ser atingida por quem tem a renda que o MEC exige, já que são dois fatores cumulativos necessários para a participar do Fies.
O Fies
O Fies 2017/1 teve a diminuição de 100 mil vagas em relação ao mesmo período de 2016. Além disso, o MEC reduziu para R$ 30 mil semestrais o teto do financiamento (valor máximo a ser financiado). Com essa restrição orçamentária, muitos cursos de Medicina, graduação procurada pelos participantes devido o alto custo, não puderam ser atendidos integralmente.
Para o segundo semestre de 2017, o Fies sofrerá mudanças em sua composição e orçamento. O Ministro da Educação, Mendonça Filho, esteve no Congresso Nacional e afirmou que pretende deixar o programa "mais sustentável", com ampliação no atendimento para os estudantes com menor renda. A Assessoria do MEC informou que as mudanças ainda serão divulgadas.