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Atividade ganha cada vez mais importância quando país tanto depende da educação

15/10/2017 | Por: Ministério da Educação | 3049
Paulo Louredo/MEC A pedagoga Izabela Murici, trabalhando em empresa privada, mostra que o campo de trabalho de sua profissão é mais amplo do que pode parecer

Para que o país esteja preparado para um futuro que chega cada vez mais rápido, o papel do professor é fundamental. É ele que semeia o conhecimento e molda o cidadão para os novos tempos. Se a educação ganha cada vez mais importância, o campo de trabalho do professor cresce – assim como sua responsabilidade e a necessidade de sua valorização. 

De norte a sul do país surgem exemplos de professores que fazem a diferença para seus alunos, suas famílias e à comunidade escolar. Um desses casos é o da professora Vanessa Andreoti, de 37 anos, da rede municipal de ensino de São Paulo. Depois de ver o marido desempregado, Vanessa se empregou como diarista para que as filhas não deixassem de estudar.

Depois de ver a mãe passando dificuldades, sua filha Jéssica sugeriu que ela voltasse a estudar. “Eu não acreditava mais em mim, achava que não era mais possível e a Jéssica me ajudou. Ela me ensinava e a gente estudava juntas e aí surgiu a ideia de prestar o Enem”, relata Vanessa.

Vanessa, Jéssica e suas irmãs liam e pesquisavam nas revistas e jornais velhos que os patrões de Vanessa jogavam fora. “O lixo dos meus patrões era o nosso material de estudo”, explica a hoje professora.

Com a aprovação no Enem há 8 anos, Vanessa cursou pedagogia e hoje cursa os últimos anos de matemática na Universidade de São Paulo (USP) e é trainee em uma rede bancária. “Quando eu fui vendo a mudança na vida da minha filha, eu pensei: poxa, eu vou ser professora. Eu quero poder falar que a educação pode fazer a diferença, aí escolhi fazer pedagogia”, recorda.

Este ano, a filha caçula de Vanessa, Jeniffer, termina o ensino médio e pretende fazer ciências sociais. Já o marido, que vai prestar o Enem, pretende fazer história. A idealizadora de tudo, Jéssica, diz que o caminho é a educação.

“As pessoas as vezes ficam sentadas esperando a oportunidade bater na porta, mas se correr atrás existem várias, e depois disso tem que entrar de cabeça e trabalhar por meio da educação que a mudança vem”, conclui Jeniffer Andreoti. Já Vanessa conta que leva a história dela para dentro da sala de aula. “Vocês têm uma professora que ama dar aula, que ama o que faz e vocês têm que aprender comigo. Eu digo: gente, a minha vida mudou e a de vocês também pode mudar”, finaliza.

Empresarial – O mercado de trabalho para o professor vai muito além da atuação nas escolas. Há duas opções de formação: bacharelado e licenciatura. Quando o acadêmico opta pelo bacharelado, o foco é exercer funções no mercado de trabalho; sendo assim, não pode seguir carreira de professor.

Quando o acadêmico opta pela habilitação em licenciatura, poderá continuar sua vida profissional atuando como professor, em escolas de educação infantil, ensino fundamental, médio ou acadêmico. Neste caso, ele pode se especializar em geografia, história, matemática, física, química, língua portuguesa, línguas estrangeiras, artes, entre outras.

Se sua opção é o bacharelado, poderá atuar em ONG’s, bibliotecas, hospitais, com mídias educativas, em pesquisa, com políticas educacionais, em consultorias, abrangendo diversos segmentos do mercado.

O profissional pode oferecer seus conhecimentos em empresas, órgãos públicos e aplicar treinamentos para formar profissionais já inseridos no mercado. Chamada de pedagogia empresarial, a área é bastante promissora para pedagogos e uma alternativa para quem não pretende investir no ensino escolar.

O pedagogo empresarial utiliza seus conhecimentos para identificar, selecionar e capacitar as pessoas para promover as estratégias e metodologias exigidas pelo mercado, bem como desenvolver treinamentos e articular a gestão do conhecimento na empresa.

Izabela Murici, sócia da Falconi Consultoria, empresa que atua com pedagogia empresarial, explica que o processo de formação e de desenvolvimento do profissional tem características específicas da área de atuação do pedagogo. “Definir a melhor metodologia, a melhor técnica, ajudar a pensar na trilha de desenvolvimento das pessoas, moldar o melhor formato metodológico para determinadas competências”, exemplifica Izabela. Segundo ela, o pedagogo que atua nas empresas identifica o desafio, elabora um passo a passo, planeja treinamentos.

Geralmente, o pedagogo empresarial atua no setor de recursos humanos, em conjunto com psicólogos e administradores. “A educação nunca termina. Começa lá na educação básica, faz a superior, mas a formação é contínua e deve ser muito bem trabalhada e desenvolvida nas organizações, para que as pessoas consigam fazer o melhor possível dentro da sua competência”, conclui Izabela.

Capacitação – De acordo com levantamentos realizados em 2016 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), os docentes da educação básica, em que estão incluídos os professores do ensino regular, especial e a educação de jovens e adultos (EJA), somam 2.196.397 em todo o país. Nas instituições de ensino superior, apenas nas 63 universidades federais, atuam 83.292 professores efetivos.

O Ministério da Educação tem alguns programas para a formação continuada dos professores de todo o país. Programas como o Pró-Infantil, o Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor), Proinfo Integrado, e-Proinfo, Pró-Letramento e a Rede Nacional de Formação Continuada de Professores. Para se ter uma ideia, o Parfor, por exemplo, até o final de 2016 implementou pelo programa 2.890 turmas, em 509 municípios, localizados em 24 unidades da federação. O Parfor já atendeu professores oriundos de 3.282 municípios brasileiros e de 28.925 escolas.

O objetivo é induzir e fomentar a oferta de educação superior, gratuita e de qualidade, para professores em exercício na rede pública de educação básica, para que esses profissionais possam obter a formação exigida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e contribuam para a melhoria da qualidade da educação básica no país.

Já a Rede Nacional de Formação Continuada de Professores tem o objetivo de contribuir para a melhoria da formação dos professores e alunos. O público-alvo prioritário da rede são professores de educação básica dos sistemas públicos de educação. As áreas de formação são: alfabetização e linguagem, educação matemática e científica, ensino de ciências humanas e sociais, artes e educação física.

O Ministério da Educação oferece suporte técnico e financeiro e tem o papel de coordenador do desenvolvimento do programa, que é implementado por adesão, em regime de colaboração, pelos estados, municípios e Distrito Federal. 


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