Detalhe

Mudanças no Fies não terão impacto relevante para o setor, diz associação

11/06/2018 | Por: Valor Econômico | 3149
Foto: Alvinho Moraes/CBESP

As mudanças nas regras do Fies, programa de financiamento estudantil do governo, anunciadas na semana passada, não devem trazer impactos relevantes ao setor. "É positivo porque o governo atendeu algumas de nossas demandas, mas não haverá impactos relevantes porque o número de vagas de Fies é pequeno", disse Sólon Caldas, diretor executivo da Associação Brasileira das Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES). "Nossas projeções de matrículas para o ano continuam as mesmas", disse Jamil Marques, vice-presidente financeiro da Kroton. Ambos participaram do congresso de ensino superior da ABMES, encerrado no sábado na Bahia.

O Ministério da Educação (MEC) elevou para 50% o percentual mínimo da mensalidade financiada pelo Fies. Até então, não havia esse piso. Muitos alunos conseguiram financiar só 10% da mensalidade e boa parte desistiu do programa. Neste primeiro semestre, apenas 35 mil das 80 mil vagas de Fies ofertadas diretamente pelo governo, com juro zero, foram preenchidas. Outra medida anunciada na semana passada foi a elevação de R$ 30 mil para R$ 42,9 mil do valor do semestre do curso a ser financiado - o que abre espaço para um número maior de graduações.

Paulo Barone, secretário de educação superior do MEC, acredita que com tais mudanças as vagas ociosas serão totalmente preenchidas no processo seletivo do segundo semestre. Ele informou ainda que se reuniu com o BNDES, bancos e fundos constitucionais e regionais para viabilizar o P-Fies, modalidade do programa que usa recursos de bancos de fomento, administrados por bancos comerciais. Apenas 800 alunos conseguiram esse tipo de crédito. "O P-Fies é um financiamento bancário como outro qualquer. O que a população precisa é de financiamento estudantil público", disse Janguiê Diniz, presidente da Abmes e fundador da Ser Educacional.

O segmento de cursos presenciais de ensino superior passa por uma retração devido a uma combinação de desemprego ainda alto e redução do Fies. Esse cenário deve continuar pelo menos até o próximo ano. Segundo projeções do Santander o número de alunos na graduação presencial privada deve cair 3% em 2018 e 2019, por ano, e estabilizar só daqui a dois anos.

"O cenário é desafiador por conta da concorrência entre as faculdades e capacidade de pagamento dos alunos. Em contrapartida, o ensino a distância tem se destacado", disse João Noronha, analista do Santander, que também participou do congresso.


Conteúdo Relacionado

Vídeos

XI CBESP | Conheça os patrocinadores do evento

Confira quem são os parceiros que apoiaram a 11ª edição do maior congresso da educação superior brasileira, o CBESP 2018. Alguns deles acompanham a iniciativa desde sua primeira edição!

Notícias

Principal aposta para alavancar Fies só teve 800 vagas preenchidas em 2018

UOL: Portal repercute matéria do Estadão afirmando que 210 mil das 300 mil vagas serão oferecidas por meio de financiamentos realizados por bancos, enquanto 100 mil terão financiamento direto do governo. Novos contratos podem ser efetuados até 25 de junho

Governo efetivou apenas 24% das vagas do Fies anunciadas por Temer

Valor Econômico: O jornal repercute entrevista do diretor presidente da ABMES, Janguiê Diniz, para a Folha de S. Paulo, sobre a baixa adesão ao P-Fies

Os riscos do Fies

O Dia - IG: Grande número de endividados mostra que financiamento estudantil exige cuidado

"Fies privado", P-Fies teria fechado só 800 dos 210 mil contratos de 2018

Correio Braziliense: Já o Fies 1, financiado diretamente pelo governo, preencheu 35 mil das 100 mil vagas de 2018

Fies preenche 35 mil vagas financiadas pela União

Isto É: A modalidade contratada junto a bancos privados, chamada P-Fies, cuja previsão é a oferta de 210 mil vagas neste ano, preencheu, até o momento, apenas 800, de acordo com o diretor da ABMES, Sólon Caldas.

Financiamento estudantil como chave para expansão do ensino superior

Correio Braziliense: É assim que representantes de faculdades particulares que participam de congresso na Bahia enxergam o programa

Secretário do MEC espera 100 mil vagas do Fies juro zero preenchidas

Valor Econômico: Paulo Barone, secretário da área de educação superior do MEC, afirmou, durante o XI CBESP, que sua expectativa é terminar o ano com as 100 mil vagas de Fies preenchidas com as reformulações anunciadas em junho de 2018

Participação de graduação híbrida deve subir para 21%

Valor Econômico: Reportagem produzida durante o XI CBESP, fala sobre projeções apresentadas no congresso de que daqui a cinco anos, a fatia de alunos matriculados nos chamados cursos híbridos aumentará dos atuais 4% para 21% no mercado particular de educação superior

Governo efetivou apenas 24% das vagas do Fies anunciadas por Temer

Folha de S. Paulo: Em entrevista ao jornal, o diretor presidente da ABMES, Janguiê Diniz, avalia a baixa adesão ao P-Fies

Fies preenche 35 mil vagas financiadas pela União

Agência Brasil: Em entrevista à Agência Brasil, o diretor executivo da ABMES, Sólon Caldas, fala sobre a baixa adesão ao P-Fies

Congresso do ensino superior particular tem 450 participantes

Correio Braziliense: Na sessão de abertura, Janguiê Diniz, diretor presidente da ABMES, elogiou a decisão do ministro da Educação, Rossieli Soares, de ampliar de R$ 30 mil para R$ 42 mil o teto semestral do Fies, restabelecendo o valor que valia até o segundo semestre de 2016