O número de contratos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) firmados em 2018 na Bahia caiu pela metade em relação a 2017, de acordo com dados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Enquanto em 2017 o número de beneficiados foi de 16.334, neste ano, até o momento, foram 8.715.
Um levantamento da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) concluiu que o acesso às instituições de ensino superior privadas através do Fies se tornou mais difícil. De acordo com a instituição, neste ano foram ofertadas 310 mil vagas, no entanto apenas 80,3 mil foram preenchidas, o valor equivale a 26% da meta estabelecida pelo Ministério da Educação (MEC). Neste sentido, ao levar em conta o número firmado até o momento, a Bahia concentra 10,8% dos contratos do Fies deste ano.
Quanto ao número de vagas ofertadas para a Bahia, o MEC afirmou que não existe histórico de vagas por estado. “As vagas são dispostas e nas etapas seguintes são redistribuídas entre os estados de acordo com a procura”, explicou a pasta através de nota.
Novas regras passaram a valer desde o início deste ano para o Fundo de Financiamento Estudantil. Segundo a ABMES, o Ministério da Educação defende que as novas modalidades têm características diferentes das do Fies anterior, deste modo, não podem ser feitas comparações.
O presidente da Associação Baiana de Mantenedoras de Ensino Superior (ABAMES), Carlos Joel Pereira, acredita que as novas regras influenciaram de modo direto e negativo as instituições de ensino do estado. "As mudanças tiraram possibilidade de boa parcela da população ser inserida no contexto da formação acadêmica e por consequência também modificou a forma das instituições se relacionarem com a formação", disse.
"As instituições tiveram que diminuir seus investimentos em função da diminuição de alunos. Consequentemente, isso impacta nos empregos. Professores e funcionários tiveram que ser desligados e também precarizou a inserção desse estudantes no mundo acadêmico", constatou Carlos Joel ao afirmar que todas essas questões contribuem ainda para a fragilidade do mercado.
O educador ainda criticou o olhar “monetarista” do programa que, segundo ele, deveria ser social: “É preciso olhar o Fies como um investimento no país”, concluiu.