Com um discurso forte e impactante sobre a relevância do tripé diversidade, equidade e inclusão em todas as esferas da sociedade, a diretora de negócios do Google Brasil, Gleidys Salvanha, sensibilizou os participantes da 12ª edição do Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular (CBESP), que começou hoje (6) na capital mineira Belo Horizonte/MG.
A partir da sua trajetória de vida, Gleidys falou sobre a responsabilidade de cada pessoa na construção de um planeta mais inclusivo e chamou a atenção para o fato de, muitas vezes, as pessoas não terem consciência dos processos discriminatórios pelos quais passa. “Quando cheguei no Google, tinha um comitê de mulheres e passei a participar das reuniões. Eu não me identificava com o discurso das meninas, achava que não tinha passado por nada daquilo. Então comecei a revisar minha história e a refletir sobre cada micro e macro agressão que sofri durante toda a jornada. Quando a gente para pensar, percebe a quantidade de coisas pelas quais passamos”.
Embora a tomada de consciência seja um passo fundamental, ela precisa vir acompanhada de ações, como o compartilhamento das histórias pessoais. “Temos que rever e dividir nossas histórias para evitar que as más não sejam repetidas”.
Diversidade e educação
Partindo da premissa de que diversidade, equidade e inclusão precisam estar na pauta diária de cada pessoa, Gleidys fez um chamado à ação para os presentes ao evento. “Trabalhei no mercado de educação e toda reunião que frequentava quase não tinha mulheres. Então, precisamos falar de ação, sobre o que temos que fazer para promover a inclusão dentro das nossas universidades”.
A relevância da diversidade passa pela compreensão de que é preciso construir e acreditar na colaboração de todos até o estímulo à inovação e na tomada de decisões melhores. “Para construir esse cenário, contudo, é preciso que o tom venha do topo da organização e que se invista na educação por meio das pessoas. Além disso, não basta falar, mas é preciso celebrar a inclusão e a equidade”.
Mulheres além da docência
A fala inspiradora da diretora de negócios do Google Brasil motivou uma síntese apaixonada pela vice-presidente da ABMES, Débora Guerra. “Quando pensamos no espaço da mulher no ambiente da educação, a maior representatividade está na docência. Poucas chegamos à diretoria, aos espaços de liderança”.
Para Débora, a inversão desse quadro no ambiente acadêmico pode começar com a implantação de comitês permanentes nas instituições de educação superior, a exemplo do que foi feito pelo Google. “Esses comitês precisam funcionar não só com nossos colaboradores, mas também com nossas alunas. Elas não podem se sentir menores ou constrangidas. Devem ter consciência de que têm que ganhar igual ao homem. Organizações que trabalham a diversidade são muito mais inovadoras e o Google é um exemplo”.