“Nós somos a oferta, não mais o conhecimento. A pessoa é que tem valor acumulado nela”. Com essa mensagem o vice-presidente de Educação da Pearson Brasil, Juliano Costa, sintetizou sua fala sobre educação e competências para o Século XXI, tema do seminário especial que marcou o início das celebrações pelos 37 anos da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES).
As transformações sociais e tecnológicas ocorridas nas últimas décadas impactaram de forma determinante nas interações humanas e no perfil do profissional que o mercado de trabalho busca. Um dos elementos que mostram essa transição consiste na relação das companhias mais valiosas ao longo do tempo. Em 1917, as que tinham maior valor de mercado eram as de extração mineral. Em 1967, já eram aquelas voltadas para a fabricação de produtos. Já em 2017 as companhias mais valiosas eram aquelas que trabalhavam com informação, conhecimento ou competência. “Hoje, o principal elemento não é físico. A Apple não é o celular, mas a experiência do usuário que utiliza os produtos da empresa”, pontuou Costa.
Segundo o especialista, esse novo contexto demanda pessoas que sejam capazes de lidar com variáveis como a volatividade, a incerteza, a complexidade e a ambiguidade. “Esse contexto gera um sentimento de angustia porque fomos criados para termos certezas e um momento de incertezas gera muita angustia”.
A solução, de acordo com o vice-presidente de Educação da Pearson Brasil, passa pela existência de um modelo mental adaptado. “Quando vem uma grande mudança, como você se sente frente a ela? Se sente desconfortável, é porque possui mentalidade é fixa, não adaptável”.
Outras habilidades que devem ser trabalhadas na preparação para o mercado de trabalho do Século XXI são a capacidade de aprender sempre, sem nunca perder uma oportunidade; ter visão e propósito; ter autocontrole absoluto, que resulta em iniciativa, resiliência e capacidade de resolver problemas; além de ser uma pessoa capaz de se expressar de forma fácil e clara.
Costa também ressaltou que há um ponto de inflexão sobre o conhecimento: do conhecimento guardado em um depósito para um conhecimento em modalidade de streaming (estou aprendendo, me atualizado, aprendi no mês passado e já vou aplicar em um novo projeto).
“O aprendizado hoje é contínuo. Se você parar de aprender, em três anos estará fora do mercado de trabalho. Mesmo que você não mude de emprego, seu emprego muda. Não importa se trabalha está na mesma empresa há 20 anos, passará por dezenas de mudanças ao longo dos anos, e isso exige uma postura diferente”, provocou.