Trabalhar a criatividade, a inovação tecnológica e a diversificação da fonte de captação de alunos. Essas foram as principais recomendações feitas pelos especialistas ao público do Seminário ABMES "Captação de alunos e modelos inovadores para sua IES: expectativas para 2020", realizado nesta terça-feira (5/11), em Brasília/DF, que teve como mediador o diretor presidente da Associação, Celso Niskier.
“A criatividade é sem dúvida a palavra chave para o desafio da captação de novos alunos. Também é fundamental que as instituições de educação superior (IES) fiquem antenadas às tendências de mercado, para que elas possam ofertar os cursos de maior demanda. As decisões que forem tomadas hoje, terão impacto nos próximos quatro ou cinco anos”, afirmou Romário Davel, sócio diretor da Atmã Educar.
De acordo com o especialista, a diversificação da fonte de captação de alunos é fundamental para a saúde financeira das instituições. “A capitação hoje do Fies é de apenas 4% da receita total das IES. Em 2020, esse percentual deve ser ainda menor. O ideal, é então que as instituições diversifiquem bastante a sua fonte de captação, tendo no máximo 20% para cada modelo”, sugeriu.
Educação a distância
Davel apresentou ainda dados que mostram o crescimento e a consolidação da Educação a Distância (EAD) no país. “Hoje é inadmissível pensar a captação de alunos sem a EAD. A educação a distância está engolindo o ensino presencial. Tudo indica que fecharemos o ano de 2019 com 2,7 milhões de novos alunos cursando educação superior, sendo que mais de 50% deles estarão no EAD”, afirmou.
Ele expôs um comparativo de desempenho no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), analisando 21 cursos privados, de 2015 a 2018, entre as modalidades presencial e a distância. De acordo com o resultado, o desempenho dos alunos EAD foi superior em 14 cursos. Na média geral dos 21 cursos, a modalidade obteve uma média de nota no exame de 2.5, contra 2.3 da presencial. O levantamento incluiu os cursos como Administração, Ciências Contábeis, Relações Internacionais, Secretariado Executivo, Direito, entre outros.
Inovação
Focando em redes sociais, Laila Martins, CEO e Co-Founder da Saber em Rede, apresentou aos participantes um modelo inovador de captação, que tem como foco os pequenos influenciadores digitais. “Atualmente, um terço dos usuários do instagram são pequenos influenciadores. Nossa missão é conectar a vaga oferecida pela sua instituição com pessoas que possam influenciar na escolha dos estudantes”, explicou.
Programa de bolsas
O diretor da Quero Educação, empresa que possui parceria com mais de 2.500 instituições de educação, Marcelo Lima, apresentou dados mostrando que alunos oriundos de programas de bolsas de desconto, à longo prazo, tendem a dar mais lucro e perecibilidade orçamentária para as IES. “O estudante Bolsista tem 30% menos margem de inadimplência e uma taxa de evasão muito menor que os demais estudantes. Além disso, ele também é mais engajado academicamente”, explicou Marcelo Lima.
Com 60 milhões de usuários, a plataforma Quero Bolsa já captou 600 mil alunos, 20 mil somente em 2019. “Junto com os mantenedores e gestores das instituições, estamos resolvendo um problema de governo. Sem essas ferramentas, certamente seriam menos 600 mil alunos acessando o ensino superior no país”, afirmou o diretor.