Uma pesquisa organizada pela ABMES (Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior) e pela Educa Insights ouviu mil estudantes brasileiros no fim do mês de março para saber quais as perspectivas deles diante do isolamento para combater a Covid-19, causada pelo coronavírus.
O resultado mostra que os estudantes brasileiros estão otimistas apesar de toda a instabilidade gerada pelo combate à pandemia. 94% pretendo continuar a estudar e os aqueles que estão em dúvida, 6%, mencionam a preocupação financeira como motivo para parar.
Dos 94%, embora considerem de extrema relevância os impactos da pandemia para o país, 57% desses alunos entrevistados pretendem dar continuidade aos estudos seja qual for o cenário. Outros 37% temem que o vírus possa trazer riscos à continuidade do curso.
"Percebemos que apesar das dificuldades impostas pelo momento, as pessoas têm consciência de que a vida vai continuar", observa Celso Niskier, diretor presidente da ABMES.
A Associação também orienta que as instituições de ensino negociem caso a caso com aqueles que estão com dificuldades financeiras para seguir com o curso. "É preciso avaliar o que as univeridades podem fazer pelos alunos como negociar valores, prazos, bolsas, este é o momento de acolher as pessoas."
O estudo ouviu também pessoas que planejam iniciar um curso superior, presencial ou EAD, pelos próximos 12 meses. Apesar da preocupação com a pandemia, 44% dizem que o cenário provocado pela doença tem baixo impacto na decisão de começar uma graduação. Por outro lado, 39% acreditam que as consequências do novo coronavírus podem causar alto impacto na decisão de ingressar em um curso superior. Outros 18% avaliam que o cenário atual deverá causar impacto moderado.
Impacto da Pandemia
Para Daniel Infante, um dos responsáveis pela pesquisa, os estudos ainda são preliminares e a pesquisa deve se repetida nos próximos meses. "O cenário é instável, muita coisa deve mudar nos próximos meses, mas o resultado é positivo, sem dúvida."
"O que sabemos é que o mundo não será o mesmo depois que tudo isso passar e a tecnologia é uma ferramenta que modificou as relações definitivamente", destaca Niskier.
Para Infante, a pandemia é o "empurrão que faltava para impulsionar o uso da tecnologia como ferramenta para a educação", diz. "Acredito que a educação híbrida, com aulas presenciais e o uso da EAD, é um caminho sem volta."