Depois da quarentena imposta pela Covid-19, o ministro Milton Ribeiro, da Educação, aceitou o convite da Associação Brasileira das Mantenedoras do Ensino Superior (ABMES), presidida pelo professor Celso Niskier, para um bate-papo sobre os seus planos de trabalho. Foi uma conversa agradável, também mediada por Sólon Caldas, grandemente facilitada pelo espírito jovial e simpático do novo titular da Pasta. Tudo aconteceu numa atraente live, apresentada no YouTube.
Com a experiência de advogado e vice-reitor da Universidade Mackenzie, o ministro afirmou que não há lugar para radicalismo e nem quer perder tempo com isso. “Estou preocupado com o caráter dos nossos estudantes, com a recuperação de valores que foram se perdendo com o tempo. Quero trabalhar na recuperação da relação aluno-professor e valorizar a função do magistério. No que couber, pretendo agir no aperfeiçoamento das licenciaturas.”
Depois de afirmar que gostaria de ser um sábio, Milton Ribeiro estima que, após a pandemia (que ele espera não demore muito mais), haverá a prevalência do hibridismo, aperfeiçoando-se a chamada avaliação à distância. Mas ele nitidamente prefere as provas presenciais, “para o bem do próprio estudante.” No processo, devemos trabalhar pela qualidade.
Perguntado como vê a volta às aulas, o ministro esclareceu que não se pode adotar uma solução uniforme para todo o nosso imenso país. De todo o modo, vamos agora trabalhar com a existência de um modelo híbrido.
“Como sou da velha guarda – disse o Ministro, hoje com 62 anos de idade – tenho boas recordações dos meus professores da escola pública. Não acho aconselhável descartar a educação presencial. Se vamos ter robôs professores, que isso se faça bem lentamente.”
Ao final do bem-sucedido encontro virtual, o ministro Milton Ribeiro fez questão de anunciar que o Prouni abrirá mais de 90 mil vagas e o Fies, 50 mil: “Vamos ampliar o atendimento, mas com uma preocupação: a garantia da necessária qualidade.”