As instituições privadas de ensino superior (IES) estão se preparando para o retorno das atividades presenciais de maneira gradual e segura. As diretrizes de cuidados que estão sendo adotados para evitar a propagação da Covid-19 são as mesmas adotadas em países que já retornaram às salas de aula, como Alemanha e Japão, segundo a pesquisa “Impactos da pandemia no Ensino Superior do mundo”, elaborada pela Educa Insights em parceria com a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES). O estudo também analisou as ações relacionadas à educação em outros cinco países: Argentina, China, Estados Unidos, Itália e Uruguai.
O Governo Federal determinou o início do isolamento social e a suspensão das atividades educacionais antes mesmo que fosse registrada a primeira morte provocada pelo coronavírus, em 17 de março. Havia passado apenas 20 dias desde a confirmação oficial do primeiro caso. Atitude bem mais precoce que outros países (Tabela 1).
Na Alemanha, as aulas só foram suspensas quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) oficializou a pandemia, em 20 de março. O país já registrava quase 20 mil casos depois de 50 dias lidando com a doença e 68 pessoas haviam morrido. No Japão, as escolas foram fechadas em 27 de fevereiro, 42 dias do primeiro caso e depois de quatro falecimentos em razão da Covid-19, mesmo intervalo da Itália, entretanto com grandes diferenças no número de ocorrência de enfermos e mortes. Os EUA demoraram mais entre o primeiro caso e a suspensão das atividades, 55 dias, e o país mais precavido foi o Uruguai deu início à quarentena quando três pessoas testaram positivo para o vírus.
Tabela 1- Quadro comparativo entre os países pesquisados
Apesar das diferenças regionais em um território tão grande e heterogêneo como o Brasil, as IES agiram rápido para garantir a continuidade do ensino e 82% delas conseguiram migrar das aulas presenciais para as remotas em maio, de acordo com a pesquisa “Covid-19 e Ensino Superior: o que pensam alunos e como sua IES deve se preparar”, realizada também pela Educa Insights em parceria com a ABMES. O uso das ferramentas de web conferência, plataformas de aulas síncronas, fóruns de discussão e e-mails compartilhados foram responsáveis por não deixar com que o futuro de milhares de jovens fosse interrompido.
Retomada híbrida
De acordo com o levantamento da Educa Insights, o início da reabertura começou na Alemanha, ainda em meados de abril, com a volta das avaliações das instituições de ensino superior. O retorno completo só deve ocorrer em fevereiro de 2021. No Uruguai, Japão e algumas cidades da China (Hubei e Pequim), o retorno teve início em junho. Em todos os casos, as medidas de segurança sanitária incluem salas com menos alunos, uso de máscara e álcool gel, aferição de temperatura de alunos, professores e funcionários.
Com o fim do ano letivo entre maio e junho e as férias de verão no hemisfério norte, os países europeus e asiáticos foram favorecidos com a diminuição dos impactos no calendário acadêmico. Ainda assim, as faculdades e universidades públicas e privadas optaram por agir da mesma maneira que as brasileiras, adotando o ensino híbrido com aulas teóricas remotas síncronas e assíncronas e aulas presenciais limitadas às atividades práticas.
No Brasil, até o momento, conforme o Monitoramento de Reabertura das instituições particulares de ensino superior da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), seis estados têm decretos autorizando retorno das atividades presenciais: Amazonas, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pernambuco e Rio de Janeiro. Das 11 unidades da federação que ainda não têm data defina ou há suspensão vigente, oito permitiram as atividades práticas para área de saúde e/ou de estudantes concluintes.
Ainda em setembro, outros três estados pretendem retornar Ceará, Rio Grande do Sul e Piauí. No próximo mês, há sinalização de que o retorno ocorra em São Paulo, Alagoas e Mato Grosso do Sul. No Distrito Federal, Pernambuco e São Paulo, as IES decidiram manter as aulas remotas até o final do ano letivo, seguindo a permissão concedida pela Portaria nª 544, do Ministério da Educação (MEC), mesmo depois das permissões estaduais de retorno.
O estudo
A Educa Insights realizou um levantamento sobre as atividades de ensino da educação básica e superior entre o registro do primeiro caso de coronavírus até o início de agosto da Alemanha, Argentina, China, Estados Unidos, Itália, Japão e Uruguai e as comparou com o Brasil.
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