Pesquisa divulgada nesta terça-feira (24/11) revela aumento do interesse pelo ensino superior na área da saúde no período de pandemia. O levantamento é da empresa de pesquisas educacionais Educa Insights.
A 5ª edição da pesquisa Coronavírus e ensino superior: o que pensam os alunos entrevistou 1.102 pessoas de 17 a 50 anos que desejam ingressar em cursos presenciais e a distância em faculdades particulares ao longo dos próximos 18 meses em todas as regiões do país.
Os cursos de enfermagem, psicologia, educação física, biomedicina, nutrição e fisioterapia tiveram destaque entre os que mais despertam interesse do público.
Na educação presencial, chegava a 36,1% o percentual de entrevistados que se interessavam por graduações na área da saúde. Na educação a distância, a demanda por cursos nessa área foi de 17,5%.
O diretor presidente da Associação Brasileira de Mantenedores de Ensino Superior (ABMES), Celso Niskier, atribui esse aumento ao fato de várias dessas carreiras estarem na linha de frente no combate à pandemia. “Entendemos que é por causa das oportunidades criadas para vários profissionais nessa área de atendimento”, destaca.
Entrevistados estão otimistas quanto a iniciar os estudos no próximo semestre
A pesquisa mostra um aumento na quantidade de estudantes que pretendem iniciar a graduação no primeiro semestre de 2021 de forma presencial. Em julho, na quarta edição da pesquisa, 5% dos entrevistados demonstraram interesse por iniciar os estudos no semestre seguinte de forma presencial. Nesta edição, o número saltou para 33%.
Sócio-fundador da Educa Insights, Daniel Infante ressalta que os números demonstram otimismo. “O distanciamento social barrou muito o volume de novas matrículas no meio do ano e, nesta última leitura, parece haver um sinal de melhoria significativo de intenção de ingresso imediato no segmento particular”, ressalta.
O interesse pelo início imediato na educação a distância (EAD) seguiu a tendência de aumento das últimas edições. Em maio, a intenção de início imediato estava em 28% e, em junho, passou para 30%. No mês seguinte, julho, o indicador alcançou 34%. Por fim, na edição atual, de novembro, o número teve uma elevação de 12 pontos percentuais e chegou a 46%.
No apanhado geral, que reúne a intenção para ingresso no ensino superior tanto para o ensino presencial quanto para o formato remoto, quando se compara novembro a julho, houve um salto de 24% na intenção de iniciar o curso imediatamente. Vale lembrar que a incerteza caiu 12 pontos percentuais também em relação ao mesmo período.
“No meio do ano, a procura foi muito baixa porque as pessoas ainda estavam em dúvida e travadas sobre começar ou não o ensino superior. Mas, com a retomada gradual das atividades econômicas, havia essa demanda reprimida que, agora, começa a aparecer no aumento da procura”, pondera o diretor presidente da ABMES, Celso Niskier.
Indicadores retratam aumento do interesse pela EAD
O levantamento realizado pela Educa Insights também demonstrou aumento na quantidade de estudantes que passaram a preferir o ensino on-line. Entre os participantes que agora optam pelo ensino remoto, 33% tinham a intenção de iniciar os estudos presencialmente antes da pandemia. Na edição de julho, esse índice era de 27% e, em junho, de 18%.
“Muitas pessoas que não conheciam a educação a distância antes da pandemia passaram a conhecer e a valorizar. Por isso, nós esperamos também um crescimento ainda mais rápido da EAD no Brasil. Nós acreditamos que, já no ano que vem, ou, quem sabe, em 2022, nós vamos ter mais ingressantes na EAD do que no formato presencial”, destaca Celso Niskier.
Dos entrevistados, 51% ainda não se inscreveram em uma instituição, o que deve virar realidade entre janeiro e fevereiro de 2021. A partir dos dados obtidos e o que se tem de informações do setor, Daniel Infante projeta um contexto promissor para as instituições particulares. “Dado o cenário avaliado, a minha visão é muito positiva.” No entanto, ele ressalta que a pandemia não acabou, e há ainda muitas incertezas.