Alexandre Lopes, presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), disse que o órgão está preparado para aplicar o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em meio à pandemia do novo coronavírus e que nunca cogitou-se não realizar o exame. O Enem tradicionalmente é aplicado entre os meses de outubro e novembro de cada ano —em 2020, as provas acabaram adiadas para janeiro do ano que vem devido à pandemia.
"A pandemia afetou a vida de todos, especialmente a dos estudantes. Acreditamos que, para combater as desigualdades, é preciso garantir a execução das políticas públicas. Uma delas é justamente o Enem. É preciso garantir essas políticas públicas que ajudam as pessoas que mais sofreram no seu aprendizado durante a pandemia. Por isso nunca cogitamos não fazer o Enem", declarou, em entrevista ao jornal O Globo. A prova tradicional acontecerá nos dias 17 e 24 de janeiro. Já o Enem digital, que será realizado pela primeira vez, está marcado para 31 de janeiro e 7 de fevereiro. Lopes esclareceu que o aumento do custo para a realização da prova — de R$ 550 milhões para R$ 682 milhões se se deve justamente aos cuidados contra a COVID-19.
"Foram R$ 64 milhões para a compra de álcool gel e máscaras, a limpeza dos locais de provas e outras medidas sanitárias. Mas, se por um lado foi preciso contratar mais pessoas para aplicar as versões impressa e digital do exame, fizemos uma nova licitação da gráfica que imprimirá as provas e o custo caiu praticamente pela metade. Conseguimos fazer o Enem da covid-19 sem gastar o dobro", explicou. Ele ressaltou que o número de inscritos neste ano também aumentou — são quase 700 mil estudantes a mais do que em 2019, o que também aumenta o custo.
Cuidados na hora da prova
Questionado sobre os cuidados contra a doença no exame, ele disse que todos os estudantes usarão máscara durante a aplicação da prova e só poderão tirá-la no momento em que forem se alimentar. Os responsáveis por aplicar a prova também usarão a proteção facial e haverá reforço da limpeza em banheiros, por exemplo. A respeito das medidas de distanciamento, Lopes reforçou que todas as salas terão metade da capacidade de ocupação. "E pessoas que pertencem a grupos de risco, como idosos, gestantes e lactantes ou com problema específico de saúde terão isolamento diferenciado: ficarão em salas com um quarto da capacidade."
A medida implicará no aumento do número de locais de aplicação da prova — no ano passado, diz, foram 10.136. Este ano, são mais de 14.800.