Pesquisa com 1.112 estudantes, de 17 a 50 anos, das classes ABCD mostra que 72% dos que têm intenção de migrar para o ensino a distância (EAD) em universidades particulares brasileiras tem como motivação as mensalidades mais baixas - na comparação com cursos presenciais. Em 10 meses, as menções ao fator "preço" cresceram 95%.
O levantamento foi feito pela empresa Educa Insights entre 30/3 a 5/4 e é divulgado pela Associação Brasileiras das Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), entidade que reúne 2.500 universidades particulares.
Em média, a mensalidade de um curso presencial gira em torno de R$ 730, enquanto na modalidade EAD esse valor cai para a faixa entre R$ 205 e R$ 250, segundo a ABMES.
Em outro item relacionado a questões econômicas, mais da metade dos entrevistados (56%) disseram que a interrupção do auxílio emergencial influenciou a decisão de começar um curso de graduação. E 66% afirmaram que o próprio entrevistado ou alguém da família receberam a ajuda pelo impacto da pandemia.
Celso Niskier, da ABMES, que reúne as particulares, disse que a suspensão do auxílio impacta o mercado educacional porque instituições privadas têm na baixa renda boa parte de seu público.
Outra pergunta foi sobre a intenção de começar um curso de graduação nos próximos 18 meses:
- 27% responderam neste início de 2021
- 38% disseram apenas na metade de 2021
- 10% só começariam no início de 2022
- 24% ainda estão incertos sobre começar um curso
A área da saúde, com o provável impacto da pandemia, registrou o maior interesse dos entrevistados (26%). Na sequência vieram negócios/gestão (14%), direito (12%), tecnologia da informação (12%), engenharias (10%) artes e design (10%) e educação (8%).
Niskier, da ABMES, disse ver com preocupação o impacto futuro no mercado de trabalho da diminuição de matriculados no ensino superior e cita gargalo na área da saúde. "No auge da pandemia o Brasil se vê com carência de médicos e de profissionais de saúde", afirmou.
"Já que infelizmente são previstas novas crises e pandemias imagine a permanência dessa carência. A hora de planejar na área de saúde é agora."