De acordo com a segunda edição da pesquisa “Observatório da Educação Superior: Análise dos Desafios para 2021”, a pandemia do COVID-19 impactou diretamente na busca por cursos de graduação em universidades particulares.
Feito pela Educa Insights e divulgado pela Associação Brasileiras das Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), esta etapa do levantamento coletou respostas de 1.112 estudantes, de 17 a 50 anos, das classes ABCD, entre os meses de março e abril de 2021.
O primeiro efeito da pandemia registrado pela pesquisa foi o fenômeno de migração para a modalidade de ensino a distância, que aumentou 133% nos últimos 10 meses. Em março, 42% dos estudantes responderam que passaram a preferir o formato EAD pós-Covid. Em novembro, essa taxa era de 18%.
A questão financeira contou muito para a migração para o EAD. Segundo a pesquisa, a busca de cursos com foco em preço aumentou 95% nos últimos 10 meses. Em março, 72% dos entrevistados informaram que, ao migrar para o EAD, buscam a instituição com o melhor preço, independente da marca.
Ainda em relação ao financeiro, mais da metade dos entrevistados (56%) tiveram que repensar sobre a decisão de iniciar um curso superior após a interrupção do pagamento do Auxílio Emergencial do governo.
Preferência pela área da Saúde
Outro impacto da pandemia se deu na escolha das áreas de estudo. A área da Saúde teve o maior interesse entre os estudantes (26%). Em seguida, se destacam as áreas de Negócios e Gestão (14%), Direito (12%), Tecnologia da Informação (12%), Engenharias (10%), Artes e design (10%) e Educação (8%).
Reflexo do Enem 2020
A pesquisa constatou um aquecimento na captação das universidades privadas com o resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), mesmo com o calendário atípico do exame.
Com a nota do Enem 2020 em mãos, 40% dos estudantes responderam que pretendem se matricular numa faculdade particular. Outros 42% aguardam o resultado do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e 18% pretendem buscar uma vaga pelo Programa Universidade Para Todos (Prouni) e pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
Em caso de reprovação no Sisu, 92% dos estudantes desejam ingressar numa instituição privada. Somente 8% disseram que pretendem tentar novamente entrar numa universidade pública.