Apenas 46 instituições de ensino superior tiveram conceito máximo no Índice Geral de Cursos em 2019. Mais de duas mil faculdades e universidades foram avaliadas pelo Inep, órgão vinculado ao Ministério da Educação. Entre as que tiveram nota cinco, a mais alta, 18 são públicas, sendo 14 federais e 4 estaduais; e outras 28 são privadas. Dez instituições tiveram conceito 1, o menor, e 252 receberam nota 2, resultados considerados insatisfatórios. A maioria dos cursos obteve conceito 3, mantendo a média de anos anteriores. O diretor executivo da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior, Sólon Caldas, assegura que o índice não condiz com a realidade. “Não necessariamente, quem tem mais tem qualidade e quem tem menos não tem, ele é comparativo, ele só compara uma instituição com a outra. Esse modelo é falho e merece, inclusive, um novo olhar.”
O resultado do índice tem relação direta com o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes, que anualmente mede o rendimento de quem conclui a graduação. Sólon Caldas ressalta que, da maneira como é feito atualmente, o Enade pode enviesar a atribuição das notas. Com o atraso na aplicação da prova em 2020, na pandemia, ele acredita que todos os resultados futuros estão comprometidos. “Não houve o Enade em 2020 e a promessa, o ajuste no calendário era para que houvesse os dois agora esse ano, mas muito provavelmente não vai ter esse ano também, porque o quadro sanitária da pandemia está muito pior do que 2020. Então esse é o principal reflexo que vai acontecer nesses indicadores por conta da pandemia”, comenta. O Ministério da Educação apresenta na manhã desta sexta-feira uma avaliação do resultado do índice.