Em entrevista coletiva durante o 13º Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular (Cbesp), a presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Maria Helena de Castro, apontou que o exame precisa passar por um processo de modernização e fez coro ao ministro da Educação, Milton Ribeiro, ao dizer que é preciso desburocratizar o setor. Porém, ela fez a ressalva de que isso precisa andar de mãos dadas com a manutenção do alto nível de qualidade.
— É uma operação gigantesca que não faz sentido num mundo conectado à internet. Além reduzir o esforço logístico, é preciso adaptar a prova às matrizes da base comum curricular. A prova atual é um conjunto de conteúdos que não fazem sentido para um Congresso que está discutindo empreendedorismo, temas transversais e competências do século 21, como criatividade e trabalho em equipe. O exame atual está superado. O MEC e o Inep precisam unir esforçar para remodelar as questões — diz.
Maria Helena ainda fez críticas ao modelo de logística que ainda é adotado para a realização do teste. Ela afirmou que, desde 2009, está em discussão a mudança que prevê a aplicação das provas mais de uma vez no ano para que não seja necessário todo o esforço que envolve a promoção do Enem anual.
— O Enem atual só existe na China e no Brasil. Nem Estados Unidos, nem Rússia, nem Índia, nenhum país extremamente populoso tem exame em um dia só, que mobiliza Exército, FAB (Força Aérea Brasileira), 6 milhões de provas impressas, (contratação de) aplicadores — diz.