O ministro da Educação, Victor Godoy Veiga, participou nesta quinta-feira (05) da solenidade de abertura do XIV Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular (CBESP), o maior evento do segmento da educação superior do país. Ele fez uma retrospectiva das atividades realizadas pelo MEC durante a pandemia e antecipou o anúncio da política nacional de recuperação de aprendizagens.
“Neste mês de maio vamos anunciar o lançamento de uma política nacional de recuperação das aprendizagens que têm três eixos fundamentais: a recuperação das aprendizagens, o combate à evasão e abandono escolar, o terceiro eixo, a inovação e a tecnologia para a educação brasileira”, informou o ministro. E completou: “são projetos bastante audaciosos e importantes para que possamos preparar os estudantes de hoje para ingressar no ensino superior no futuro”.
Outros dois temas destacados por Veiga foram a aprovação da Medida Provisória do ProUni, que ampliou o acesso de estudantes de escolas particulares ao programa, e a portaria que permite a oferta de cursos técnicos pelas instituições de ensino superior. “No momento em que temos a implantação do novo ensino médio, são transformações importantes para nossa educação básica”, avaliou.
Os aspectos regulatórios foram pontuados pelo ministro e também pela secretária de Regulação e Supervisão do Ensino Superior, Diana Azin. “Estamos trabalhando para estimular a inovação e adequando os processos de regulação e supervisão para acompanhar. Assim, conseguiremos atualizar os 21 mil processos que ainda estão represados”, afirmou.
A presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Maria Helena Guimarães de Castro, parabenizou o trabalho e a relevância das instituições privadas de ensino superior para a educação brasileira. Ela reforçou a parceria de constante diálogo com as entidades pertencentes ao Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular na construção de políticas públicas na elaboração das políticas públicas de relevância. Ela, em tom positivo e otimista diante dos desafios do pós-pandemia, destacou a elaboração do parecer sobre as redes de cooperação “que possibilitam a ampliação do compartilhamento de projetos e de ideias que vão acelerar a qualidade e a equidade da educação superior”, comentou.
Além dos representantes de todas as entidades que fazem parte do Fórum, também estavam presentes o secretário estadual de educação de Santa Catarina, Vitor Fungaro e o secretário municipal de educação de Florianópolis, Maurício Fernandes, representando o prefeito da cidade.
Programação
Coube ao secretário executivo do Fórum e diretor presidente da ABMES, Celso Niskier, apresentar a programação desta edição do congresso. “Começamos a trabalhar os temas dos quadrantes híbridos no ano passado, com o foco no empreendedorismo. Este ano, o tema é criatividade nos mais diversos aspectos e, no próximo CBESP, será a vez de falar de liderança”, anunciou, informando que o XV CBESP será sediado no Rio de Janeiro.
Convida a se juntar a Niskier, Amábile Pacios, vice-presidente da Fenep, falou sobre os feitos do Fórum representando os demais integrantes da mesa de abertura. Ela comentou sobre conquistas importantes, como a preservação do ProUni na elaboração do Projeto de Emenda Constitucional Emergencial, no início da pandemia, em 2020, bem como da participação nas negociações da PEC 110 quando o setor educacional foi poupado do aumento do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). E, recentemente, a preservação das instituições de ensino das mudanças na Reforma Tributária. “Temos uma atuação constante nos bastidores, em Brasília, em prol da educação”, comentou.
Comissão científica
A comissão científica do CBESP, coordenada por Niskier, tem a coordenação de Iara de Xavier, Consultora especialista em educação superior e assessora da presidência da ABMES, e Débora Guerra, vice-presidente da ABMES. A dupla explicou as diretrizes da escolha do tema “Criatividade e inovação na construção da educação superior pós-pandemia”. “Esta edição do CBESP acontece em plena ruptura paradigmática da educação, que foi acelerada pela Covid-19. Esta realidade explicita a necessidade de resignificarmos juntos as diretrizes, as metodologias, os processos, enfim, todos os elementos constitutivos da educação superior visando a implementação da educação inovadora, criativa, empreendedora mediada pelas tecnologias digitais de informação e comunicação objetivando ampliar o diálogo com os alunos, professores, com o mundo do trabalho e a sociedade”, detalhou Iara.
Criatividade e Inovação
A palestra magna de abertura foi realizada em formato de talk show híbrido com o CEO da N Ideias, empresário e publicitário, Nizan Guanaes, sob a coordenação de Niskier, e a moderação de Daniel Castanho, vice-presidente da ABMES. O bate-papo animado abordou uma nova perspectiva de ver a educação oferecida aos alunos por parte das instituições privadas de ensino superior. “É tempo de desaprender, de oferecer valor e aquilo que realmente os alunos querem”, explicou Guanaes.
Cheio de exemplos e cases, a conversa abordou a importância da inovação das diversas maneiras, da apresentação da instituição à abordagem do aprendizado. “Vocês têm que ir além dos autossabotadores e encarar as mudanças. Buscar referências de outros setores e trazer a educação para a vida inteira, porque essa é a realidade agora”, recomendou o publicitário. Ele também parabenizou todos dos educadores presentes e sugeriu que superassem a guerra de preços. “O que vocês fazem é inestimável. Se deixarem a guerra de preços de lado, todos ganham”, concluiu.
Sobre o XIV CBESP
Promovida pelo Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular e pela Linha Direta, a 14ª edição do CBESP segue até sábado (07) no Costão do Santinho, Florianópolis (SC). O tema escolhido do retorno do congresso presencialmente foi “Criatividade e inovação na construção da educação superior pós-pandemia”. Além dos painéis temáticos, distribuídos ao longo da programação, serão realizados cinco workshops que abordarão na prática a criatividade e a inovação na educação superior, bem como modelos pedagógicos, quadrantes híbridos, curricularização da extensão e avaliação virtual in loco. Os temas são os mais pertinentes para a construção pós-pandemia.
O CBESP reúne, a cada edição, reitores, mantenedores, autoridades, educadores e formuladores de políticas públicas para educação de todo o Brasil e propicia aos participantes troca das mais diversas experiências. Além de representantes de todas as nove entidades que compõe o Fórum: Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES); Associação Brasileira das Faculdades (Abrafi); Associação Nacional dos Centros Universitários (Anaceu); Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior (Semesp); Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (Confenen); Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep); Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior do Estado do Rio de Janeiro (Semerj); Associação Baiana das Mantenedoras do Ensino Superior (ABAMES) e a Associação de Mantenedoras Particulares de Educação Superior de Santa Catarina (AMPESC).