Experiências criativas e inovadoras de instituições de ensino brasileiras também marcaram a manhã do segundo dia do XIV Congresso Brasileiro de Ensino Superior Particular (CBESP). Os cases foram apresentados por quem está à frente das iniciativas e compartilharam os desafios para construção e evolução das propostas.
A formação integral do aluno, a adoção de metodologias baseadas em projetos e o intercâmbio com as necessidades do mercado marcaram o painel “Instituições Criativas e Inovadoras”, segundo compromisso da manhã do XIV CBESP. Sob a coordenação da vice-presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), representantes da Saraiva Educação, do Instituto de Tecnologia e Liderança (Inteli) e Instituto de Tecnologia ITuring apresentaram suas experiências e aprendizados.
O modelo de gestão educacional com foco no monitoramento constante do aluno foi mote da fala de João Paulo Bittencourt, gerente de Ensino Superior da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein, da Saraiva Educação. “Estamos preocupados constantemente com a aprendizagem dos alunos. Criamos vários critérios para acompanhar as competências desenvolvidas e para avaliamos esses indicadores ao longo de todo o curso afim de oferecer um projeto de educação de alta confiabilidade”, detalhou Bittencourt. E provocou, “seguir a regulamentação é o mínimo, é preciso fazer muito mais para formação integral do futuro profissional”.
Com pouco menos de dois anos de criação, a Link School of Business foi representada por Álvaro Schocair. Ele contou sua trajetória e sobre as diferenças que encontrou na formação das escolas de negócios nos Estados Unidos e no Brasil. Desta reflexão alertou para o que considera ser a mudança mais significativa quando se trata de inovação na educação. “É tanta programação voltada para uma educação para que forme executivos que a gente esquece da possibilidade de criar produtos, serviços, de atender de uma sociedade como um todo. Este é um ponto de mudança que, se a gente quiser de inovação em educação, precisamos passar, em qualquer área”, pontuou.
Sob a ótica da tecnologia, Maurício Garcia, professor e orientador acadêmico do Instituto de Tecnologia e Liderança (Inteli), instituição filantrópica recém-criada que iniciou suas atividades este ano com quatro cursos na área de Tecnologia da Informação e uma metodologia toda baseada em projetos reais que são captados em empresas da área. Assim como a grade curricular foi pensada para se adaptar às necessidades do mercado por estagiários e profissionais, o próprio prédio da instituição foi adaptado para que as salas de aulas – os ateliês – permitissem que a metodologia fosse aplicada adequadamente. “Criamos uma proposta em que cada projeto dure 10 semanas. Nos dois primeiros anos, a dedicação do aluno é integral. No terceiro, apenas de manhã, e no último, somente à noite. Assim atendemos ao que o mercado e o aluno precisam”, explicou Garcia.
Se preparando para oferecer cursos regulados, o Instituto de Tecnologia ITuring já tem uma grade de cursos livres. Diretor acadêmico, Ronaldo Mota, apresentou a instituição e seus propósitos. Atualmente, a ITuring dispõe de cursos práticos com objetivo de desenvolver habilidades que o mercado e a carreira dos estudantes necessitam. Eles estão distribuídos em quatro eixos: negócios, desenvolvimento, dados e cybersecurity; e contam com parcerias com grandes instituições do mercado. “Temos um objetivo audacioso: treinar com excelência 1 milhão de profissionais em carreira digitais nos próximos 10 anos”, anunciou Mota.
Com o grande desafio de sintetizar o segundo painel, o diretor executivo da ABMES, Sólon Caldas, levantou três pontos principais: o potencial de transformação da educação e a necessidade de um projeto robusto de financiamento do próprio mercado para ampliar o acesso dos estudantes ao ensino superior; a mudança de percepção transformando a regulação em consequência do processo educacional inovador; a aproximação dos projetos acadêmicos com o mercado de trabalho, por meio de parcerias. “Nos últimos 10 anos o presencial teve uma retração de matrículas de 13% e o EAD teve um crescimento de 428%. As instituições precisam utilizar a tecnologia em favor da formação e muitas foram pegas de surpresa durante a pandemia. A maioria se adaptou rapidamente, mas a duras penas. A gente sabe dos desafios que isso traz, mas precisamos implementar esse processo”, conclui.
Ainda neste segundo dia estão programados o painel “Projetos Criativos e Inovadores”, que será transmitido pelo canal CBESP no YouTube, e as oficinas temáticas, divididas em cinco workshops simultâneos, exclusivas aos participantes presenciais. Confira a programação completa do XIV CBESP aqui.
Sobre o XIV CBESP
Promovida pelo Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular e pela Linha Direta, a 14ª edição do CBESP segue até sábado (07) no Costão do Santinho, Florianópolis (SC). O tema escolhido do retorno do congresso presencialmente é “Criatividade e inovação na construção da educação superior pós-pandemia”.
Além dos painéis temáticos, distribuídos ao longo da programação, serão realizados cinco workshops que abordarão na prática a criatividade e a inovação na educação superior, bem como modelos pedagógicos, quadrantes híbridos, curricularização da extensão e avaliação virtual in loco. Os temas são os mais pertinentes para a construção pós-pandemia.
O CBESP reúne, a cada edição, reitores, mantenedores, autoridades, educadores e formuladores de políticas públicas para educação de todo o Brasil e propicia aos participantes troca das mais diversas experiências. Além de representantes de todas as nove entidades que compõe o Fórum: Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES); Associação Brasileira das Faculdades (Abrafi); Associação Nacional dos Centros Universitários (Anaceu); Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior (Semesp); Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (Confenen); Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep); Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior do Estado do Rio de Janeiro (Semerj); Associação Baiana das Mantenedoras do Ensino Superior (ABAMES) e a Associação de Mantenedoras Particulares de Educação Superior de Santa Catarina (AMPESC). A próxima edição terá como foco a liderança e será realizada no Rio de Janeiro (RJ).