As instituições de ensino superior privado estimam um incremento de cerca de 25% no volume de alunos matriculados em cursos técnicos com a recente portaria do Ministério da Educação (MEC) que permite a oferta dessa modalidade pelo setor particular. Em 2019, havia cerca de 1,8 milhão de alunos matriculados nessa modalidade de curso, que tem duração de um ano.
“É diferente do Pronatec, não há previsão de financiamento por parte do governo. Muitas instituições de ensino já têm infraestrutura para oferecer cursos técnicos”, disse Celso Niskier, presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes), durante o XIV Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular (CBESP).
As faculdades só podem ofertar cursos técnicos nas áreas em que já possuem graduação e cujos conceitos de qualidade acadêmica sejam 4 ou 5 (de um ranking em que a nota máxima é 5). Poderão ser oferecidos nas modalidades presenciais e on-line.
Segundo Niskier, a estimativa é que os cursos técnicos tenham uma mensalidade na casa dos R$ 500, valor próximo dos tecnólogos (formação de ensino superior com duração de dois anos). Esse valor varia se a modalidade é presencial ou a distância.
A maior demanda deve ser para os cursos online na área de tecnologia, onde há falta de mão de obra. “Após dois anos de pandemia, o técnico é uma oportunidade de capacitação rápida”, disse. “O preço também é um atrativo diante do atual cenário econômico. Esse crescimento do EAD é uma demonstração da situação economica dos alunos”, complementou Niskier. Atualmente, há cerca de 10 mil polos de grupos privados de ensino superior.
O presidente da entidade destacou que a oferta de cursos técnicos é uma nova fonte de receita para os grupos educacionais, que hoje enfrentam problemas de capacidade ociosa com a graduação. A ideia é que as aulas presenciais dos técnicos sejam ministradas no contra turno.