Após a grande transformação digital acelerada pela pandemia da Covid-19 nas instituições de educação superior de todo o país, a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), em parceria com a empresa Educa Insights, apresentou nesta terça-feira (24) a pesquisa inédita “Otimização da oferta: o que querem os estudantes?”, sobre qual formato os alunos dos principais cursos do ensino superior preferem estudar. O levantamento indicou uma retomada na procura e matrícula de novos alunos com aumento de 35% no primeiro semestre de 2022.
“A pesquisa traz bastante informação, dados reais de captação, além de um apanhado de dados de pesquisas que temos desenvolvido desde o início da pandemia”, avaliou Daniel Infante, CEO da Educa Insights. Ele apresentou a trajetória do Censo da Educação Superior 2020, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), e fez uma análise comparativa do cenário atual com os dados oficiais.
Para o estudo, a empresa traçou quatro perfis de estudantes, dois com aqueles que já tinham interesse na modalidade independente da pandemia – demanda tradicional e demanda reprimida - e outros dois que passaram a considerar a opção após o contexto de restrição sanitária – potencial orgânico e potencial inovação.
O levantamento também concluiu que os investimentos em tecnologia e novas abordagem de ensino-aprendizagem são legados da pandemia que impulsionaram o hibridismo e a adoção de novas tecnologias. Os cursos semipresenciais e híbridos passaram a ser foco de atenção dos universitários que buscam mais flexibilidade. Como resultado, houve um crescimento de 43% nas matrículas nesse perfil de curso.
Os cursos presenciais também tiveram aumento em relação ao início de 2021, com ingresso de mais 39%. Entre as graduações a distância, as matrículas cresceram 22%. O estudo também apurou que 80% da demanda se concentra em um rol 12 cursos tradicionais e entre 23 cursos em EAD.
Desafio da inovação
Na avaliação do diretor presidente da ABMES, Celso Niskier, os números demonstram a aprovação do ensino EAD por parte dos estudantes. “Existe uma demanda de um aluno mais jovem, que egressa do ensino médio, que vê a EAD não só como uma possibilidade mais acessível e flexível, mas também como uma opção de escolha. Esse é o nosso desafio no momento: uma oferta com mais inovação que desperte o interesse e provoque engajamento no estudante”, explicou.
Infante explorou as informações concretas das 22 IES analisadas apresentando quais estratégias fizeram com que elas tivessem um resultado melhor de conversão dos interessados em matrículas. “A demanda reprimida provocada pela pandemia começa a ser atendida. Os alunos estão prontos para ingressas nas IES e investir em suas carreiras”, afirmou.
No ranking pesquisado das 10 formações mais procuradas de cada uma das modalidades, a área de saúde continua marcando presença significativa, reforçando a influência da pandemia. São 70% entre os cursos presenciais, com destaque para Enfermagem (11,8%), Psicologia (11,8%) e Odontologia (6,8%) e, a distância, metade do rol, com Biomedicina (6,7%), Fisioterapia (4,9%) e Educação Física (4,6%). As informações foram tema de comentários sobre as melhores estratégias para a seleção dos cursos ofertados, orientando os participantes sobre como fazer as melhores escolhas para seus portifólios.
O seminário foi gravado e pode ser acessado no YouTube da ABMES - clique aqui.