Um total de 69% dos graduados no ensino superior estão empregados após até um ano da colação de grau. A taxa de empregabilidade é a mesma para os recém-formados, independente da modalidade do curso – seja presencial ou a distância – e a remuneração média geral é de R$ 3,8 mil.
Os dados são do índice da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes)/ Symplicity de Empregabilidade 2022, divulgado nesta terça-feira (19/7). A pesquisa avaliou informações de 1.989 egressos de graduação que colaram grau entre 31 de julho de 2020 e 30 de junho de 2021, de 10 instituições privadas de ensino superior de todas as regiões do Brasil.
Os resultados ainda indicam que 48,82% dos formados estavam em ocupações formais, 10,86% trabalhando como autônomos ou profissionais liberais, 2,77% como empresários e apenas 2,82% na informalidade.
Entre os bacharéis e tecnólogos, o aproveitamento no mercado de trabalho foi mais significativo, de 70% e 69%, respectivamente. Já os profissionais com licenciatura alcançaram o índice de 61%.
Os empregados na área de formação tiveram melhores resultados na ocupação de vagas profissionais: 81% entre quem fez bacharelado, 69% entre os licenciados. Entre os tecnólogos, o percentual bateu os 51%.
Para o diretor presidente da Abmes, Celso Niskier, os resultados mostram que a educação superior ainda é um ótimo investimento para garantir a empregabilidade dos egressos.
“Notamos que carreiras, como computação – e mesmo a área de saúde – possuem índices mais altos de empregabilidade, o que está de acordo com o que nós percebemos das necessidades reais do mercado de trabalho”, ponderou. “A intenção da Abmes é continuar realizando anualmente essa pesquisa de forma a acompanhar ano a ano a evolução da empregabilidade dos estudantes, e também pretendemos com esse instrumento fornecer às instituições participantes elementos de decisão para o aprimoramento dos seus serviços de orientação à carreira”, acrescentou.
Remuneração
A pesquisa também considerou a remuneração dos recém-formados. A média salarial geral foi de R$ 3.799,29, sendo R$ 3.972,52 no grupo de bacharéis, R$ 3.709,48, entre os tecnólogos e R$ 2.392,86 para os licenciados.
Segundo Niskier, a baixa remuneração da licenciatura é uma sinal de alerta. “O que traduz o pouco prestígio da carreira docente no Brasil, infelizmente”, alertou. Para o especialista, a situação indica a necessidade e produção de politicas públicas para fomento do magistério.
O valor médio se eleva quando a ocupação é na área de formação, e chega a R$ 3.805,53. No país, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, a média é de, aproximadamente, R$ 2,6 mil. Ou seja, de acordo com o estudo, o diploma de nível superior aumenta a empregabilidade e a renda do egresso.
Áreas com maior empregabilidade
Os profissionais na área de TI estão no topo da lista, com 82% que declararam estar trabalhando, 77% deles na área de graduação. Nas engenharias, 77% estão contribuindo ao mercado de trabalho, 93% trabalhando na área.
Entre os profissionais de saúde também há um salto: 72% está empregado. Destes, 85% atuando na área de formação.
A retomada das atividades do turismo garantiu maior remuneração para os formados na área de hospitalidade (R$ 4.550,00) e o aumento na demanda por profissionais de Saúde garantiu salários iniciais médios de R$ 3.912,62.
Centro-Oeste
No recorte por regiões, no caso do Centro-Oeste, apenas 41% dos egressos estão trabalhando na área de formação. No entanto, a média salarial é a maior do Brasil, chegando a R$ 5.307,14.
O gerente regional da Symplicity Corporation, Gabriel Custodio, avaliou o contexto do mercado profissional que beneficiou os bons resultados de empregabilidade de algumas áreas.
“Sob a perspectiva do mercado de trabalho, o IASE mostra algumas dinâmicas interessantes. Uma confirmação na área de TI, que vem sendo muito fomentada e os alunos estão com uma inserção bem rápida – até mesmo antes de se formarem”, explicou.
Além da área de TI, os pesquisadores também observaram uma retomada da procura pelo curso de engenharia.