A educação a distância (EAD) vem crescendo de forma acelerada no país. De 2011 a 2021, houve o aumento de 474% no número de novos alunos na modalidade. Além disso, foram mais de 3,7 milhões de matriculados em cursos a distância em 2021, cerca de 41% do total. Os dados são do recente Censo da Educação Superior, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e o Ministério da Educação (MEC).

Os índices apontam para novos caminhos do setor de educação. Para se ter uma ideia da transformação, de 2020 a 2021, o EAD teve um acréscimo de 23,3% em matrículas, enquanto nas graduações presenciais houve queda de 16,5%. Na rede privada, 70,5% dos estudantes, em 2021, ingressaram por meio de cursos remotos. A evolução deste formato de aprendizado pode ser compreendida pela rápida expansão e flexibilidade do ensino, além do impacto da Covid-19.

“O que aconteceu durante a pandemia foi que muitos estudantes experimentaram o modelo remoto e aprovaram, migrando assim de forma mais intensa para o modelo EAD”, afirma Celso Niskier, diretor-presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES). Para ele, a modalidade contribui para a inclusão devido suas condições mais acessíveis.

Romero Tori, presidente do Conselho Científico da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), acrescenta que ocorreu uma quebra de preconceitos contra o ensino a distância, diante da necessidade de uso do recurso em meio à pandemia. O especialista alerta, no entanto, para a alta oferta de cursos a ‘preços irrisórios’ e ‘sem compromisso com a qualidade’, estimulada pela procura de estudantes por certificados a ‘baixo custo’. Segundo Tori, este fenômeno não é exclusividade do EAD, pois já houve movimento semelhante em cursos presenciais.

“O que o Ministério da Educação fez foi criar padrões de qualidade e ser mais rigoroso no credenciamento e recredenciamento. Os cursos EAD também passam por essas avaliações. Então, a recomendação é que antes de se matricular em um curso, seja analisada sua situação junto ao MEC e suas notas de avaliação”, observa o presidente do Conselho Científico da ABED.

Em 2020, pela primeira vez na história, o número de ingressantes em EAD ultrapassou o de estudantes que iniciaram a graduação presencial. Diante deste movimento, Niskier vê o futuro da modalidade de forma mais regulada, mantendo a busca pela qualidade. “Certamente a educação a distância continuará crescendo, mas não como uma alternativa ao presencial, e sim combinada com o presencial”, avalia.

O diretor-presidente da ABMES ressalta ainda que a separação entre modelo presencial e remoto tende a cair, dando espaço para o surgimento da educação mediada pela tecnologia. Desta forma, caberá às instituições de ensino definirem a quantidade de carga horária entre presencial e online.

Tori também considera a educação híbrida como o caminho para cursos presenciais e salienta os benefícios e possiblidades do ensino remoto para as novas gerações. “De certa forma, quem já se formar sabendo dominar as mídias digitais e atuando com autonomia e disciplina, terá mais facilidade de atuar e se inserir no mercado de trabalho”, conclui.

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O objetivo é promover um ambiente de ideias e troca de experiências para as instituições de ensino que estão em busca da transformação digital e de novos modelos e abordagens de aprendizagem, bem como oferecer um espaço para que os fornecedores deste segmento possam apresentar seus lançamentos e novidades. Acesse nosso site e confira como participar do Ahead by Bett.