Por Carmem Tavares*
A partir de agora, teremos um espaço destinado à atualização periódica de tecnologias nacionais e internacionais que podem impactar o segmento educacional e, portanto, alertar aos gestores das instituições de ensino para que possam agir proativamente olhando para essas tecnologias.
No mês de julho, tivemos a SPARK, empresa especializada na ativação de marcas através das redes sociais de celebridades e influenciadores digitais captando o valor de R$ 8 milhões para o investimento em tecnologia voltada para ações publicitárias através de influencers. A narrativa da propaganda no mundo vem mudando de forma que as grandes propagandas já não possuem o impacto que possuíam. Isso demonstra que o planejamento de marketing de nossas instituições de ensino precisa mudar a forma de atuar.
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A USP de Ribeirão Preto anunciou um exame que está desenvolvendo onde é possível detectar a doença de Alzheimer trinta anos antes dos sintomas. As universidades brasileiras estão apresentando resultados excelentes para a área da saúde com pesquisas relevantes o que significa que as pessoas estão prestando mais atenção à ciência e assim vem crescendo o movimento de filantropia em saúde abrindo um espaço para que as instituições privadas possam surfar nessa onda. Com certeza haverá um impacto muito bom para planejamento e solução das demandas da saúde sobretudo tendo como base a intersetorialidade.
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A notícia da década, ou até mesmo do século, foi o lançamento do GPT-3, um gerador de textos da OpenAI, startup de Elon Musk de AI (Inteligência Artificial) dando um grande salto em processamento natural de linguagem. O software, conhecido como GPT-3, foi desenvolvido por uma equipe de pesquisadores e engenheiros que trabalham na OpenAI em San Francisco. Trata-se de uma ferramenta de geração de idiomas capaz de produzir texto sob demanda como humano e que já está sendo utilizada para redação de contratos jurídicos e outras escritas. ″É muito mais coerente do que qualquer sistema de linguagem de IA que eu já tentei”, escreveu o empresário Arram Sabeti, que recebeu uma das versões iniciais privadas para análise. O empresário escreveu em seu blog que conseguiu escrever músicas, histórias, press releases, guias de guitarra, entrevistas, ensaios, manuais técnicos. Ao ajustarem o GPT-3 para que ele produza HTML ao invés de linguagem natural ele pode criar layouts de páginas da web.
A grande dúvida é se no futuro isso irá substituir escritores, desenvolvedores e demais profissionais. Temos que olhar de forma criteriosa, mas sem desconsiderar que se trata de um salto significativo trazendo uma disrupção sem precedentes para o mercado. A notícia assustou e empolgou o mundo tecnológico e foi considerada uma life changer, ou seja, veio para mudar a vida de todo mundo. Ainda não há muitos textos disponíveis sobre o GPT-3 e suas aplicações, pois há de se olhar o lado negativo que uma ferramenta dessa pode exercer quando má utilizada. Poucos ainda no Vale do Silício, mas vamos atualizando quinzenalmente sobre os desdobramentos desse novo produto da OpenAI.
Acompanhe-nos aqui neste espaço, ou na página da Pro Innovare, como um momento para refletirmos sobre novas tecnologias e novas ideias que poderão surgir para o segmento educacional e que demandem das nossas instituições o preparo para reorganizarem carreiras, currículos e modelos de negócio.
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*Carmem Tavares é Gestora Educacional e de Inovação com 28 anos de experiência no mercado educacional privado brasileiro em instituições de diversos portes e regiões
Os textos aqui apresentados são de responsabilidade do autor e não representam necessariamente a opinião e/ou o posicionamento da ABMES.