Por Carmem Tavares*
Hoje, a educação não para quando nos formamos em uma graduação, especialização, mestrado, doutorado ou mesmo pós doutorado. Há a necessidade de continuarmos aprendendo ao longo da vida e essa coluna cumpri um pouco esse papel. Além da educação formal existem os que são oferecidos online - variando de MOOCs (curso online aberto massivo) a muitos aplicativos. No Global Education & Skills Fórum de 2020, dois dos 10 finalistas eram startups de educação continuada.
A educação permanente ou continuada é percebida como um processo dinâmico e contínuo de construção do conhecimento. Algumas startups, nos mais variados ramos tem se destacado nessa atividade e abordaremos algumas delas que tem crescido vertiginosamente.
Como primeira referência, vou citar uma brasileira, a LABENU, queridinha no universo da programação. A startup aproveitou uma oportunidade de mercado oferecendo formação em desenvolvimento e programação para alunos oriundos de outras graduações e que não conseguiram se colocar no mercado de trabalho ou não se identificaram com a primeira graduação. Em um intensivo de seis meses totalmente online, utilizando aulas EaD síncronas e com uma metodologia diferenciada conseguem formar profissionais para a área de tecnologia com uma densidade pedagógica tão relevante ou melhor do que a de alunos oriundos da graduação e não para por aí. A startup encarrega de fazer a colocação dos alunos no mercado de trabalho cumprindo um belo papel de inclusão social, além de oferecer uma grande flexibilização na forma de pagamento. Os depoimentos dos egressos são realmente de fazer chorar e vale a pena conferir. Pode ser visualizado pelo IGVT neste link do Instagram aqui.
A segunda referência é a BLINKIST, uma startup alemã para auxiliar aqueles que não tem tempo para ler um livro. Possuem mais de 2.500 títulos resumidos em áudio de 15 minutos e resumos de texto conhecidos como 'blinks'. Os resumos relacionam as principais ideias da obra. Com mais de 10 milhões de usuários em todo o mundo, a empresa arrecadou US$ 34,8 milhões em investimento no ano anterior.
A terceira startup é a DUOMLY, fundada na cidade de Praga em 2018. Trata-se de uma plataforma de e-learning que também oferece cursos de programação com foco em blockchain, criptomoeda, aprendizado de máquina e desenvolvimento web. O curso introdutório Blockchain é oferecido gratuitamente e, para muitos cursos para iniciantes, os usuários não precisam ter nenhuma experiência anterior em programação.
A quarta experiência que apresentaremos é a SIGNA, também uma startup brasileira criada por Fabíola da Rocha Borba em 2016 como uma “Netflix de cursos de língua de sinais”. Trata-se de uma plataforma que também visa a inclusão oferecendo cursos online para ajudar pessoas com deficiência auditiva a se preparar para entrevistas de emprego e obter sucesso profissional, pois muitos surdos encontram dificuldades para lerem com fluência. O objetivo é extremamente relevante num universo de 9,7 milhões de surdos brasileiros. Os cursos da Signa são em linguagem de sinais. Uma startup que pelo seu propósito brevemente deverá ganhar o mundo literalmente, não se restringindo sua atuação apenas ao Brasil.
Finalmente abordaremos a atuação da startup FINEAZY, criada em 2018 tem por objetivo oferecer educação financeira em todo mundo, sobretudo aos interessados oriundos de países em desenvolvimento.
A maior parte delas são iniciativas recentes de empreendedorismo social e algumas delas foram criadas por mulheres, uma tendência que observamos aflorar durante a pandemia e no contexto de desemprego pelo qual o mundo tem passado. A vontade de fazer a diferença é o que os move. Que tal pensar você também em uma solução inovadora que possa agregar valor social?
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*Carmem Tavares é Gestora Educacional e de Inovação com 28 anos de experiência no mercado educacional privado brasileiro em instituições de diversos portes e regiões