Por Joaldo Diniz*
O Brasil é reconhecido como um bom espaço de formação de talentos de tecnologia e a crise, que atingiu vários setores do mercado de trabalho durante a pandemia, não afetou a abertura de oportunidades no segmento de Tecnologia. Há uma expectativa de 420 mil vagas abertas até 2024. Entretanto, a área enfrenta o desafio de ocupar vagas de um mercado em alta e a busca por profissionais qualificados com as mais diversas habilidades é uma constante.
As empresas estão investindo na transformação digital, na ampliação de oferta de venda de produtos e serviços pela internet e na aceleração de projetos que estavam em stand-by. Isso ocasionou o aumento da busca por profissionais de TI, tanto de nível técnico quanto superior.
A aceleração da transformação digital por todo o mundo refletiu diretamente nas contratações do nosso país. As oportunidades mudaram e, se antes os profissionais eram disputados apenas por empresas locais, a possibilidade de trabalho remoto tornou possível trabalhar de qualquer lugar do mundo.
Entretanto, a grande quantidade de vagas abertas vai muito além de uma disputa do mercado por profissionais. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), a evasão em cursos superiores de educação tecnológica chega a 82%, o que dificulta o preenchimento das vagas. Atualmente, o Brasil só forma 46 mil alunos na área por ano e seriam necessários 70 mil formandos para que as vagas sejam completamente ocupadas.
E o que fazer? Capacitação é a palavra-chave para garantir uma vaga e a possibilidade de crescer na carreira a curto e longo prazo. A tecnologia, assim como qualquer outro segmento, busca profissionais capacitados. Há vagas, mas o setor vem mudando em ritmo acelerado e novas linguagens de programação surgem a todo momento. O profissional precisa estar sempre se atualizando sobre o que é tendência na área.
Segundo o LinkedIn, entre as habilidades para os profissionais de tecnologia com mais destaque para 2021 estão o domínio de linguagens como Git, Unity, JavaScript, React.js, Scrum. O mercado está mudando muito rápido e muitas instituições não estão acompanhando as mudanças na velocidade correta. Isso está fazendo com que o número de profissionais qualificados para atuar no mercado digital esteja muito abaixo do que o esperado.
Com essa alta demanda e a necessidade de preparar melhor os novos profissionais da área, diversas instituições de ensino superior estão precisando repensar a forma como capacitam os seus alunos. Programas integrados entre instituições e empresas de tecnologia tem tentado sanar o problema, como é o caso do Singular Tech, desenvolvido pelo Ser Educacional. A UNINASSAU é uma das instituições de ensino que fizeram adaptações para acelerar a qualificação desses profissionais. Com o projeto, os alunos se preparam para dominar os conceitos e ferramentas mais avançadas nas áreas de Desenvolvimento, Engenharia, Robótica e Inteligência Artificial.
Outras alternativas encontradas para suprir essa defasagem de mão de obra está sendo o incentivo à migração de profissionais de outras áreas para o setor de tecnologia da informação. A mudança de segmento não é uma novidade no mercado de trabalho. No entanto, a carreira tecnológica permite que os interessados possam fazer isso de qualquer lugar. Hoje, já existem cursos que preparam, em até três meses, pessoas para atuarem na área de desenvolvimento de softwares. Um bom exemplo é o EasyCode, fruto da parceria da GoKursos com a Qualiti.
Apesar dessa possibilidade de mudança completa na área de atuação, quando falamos no setor de TI, é preciso entender que o aprendizado é contínuo. Mas isso não deve ser visto como uma exclusividade do segmento. Capacitação é a palavra-chave quando lidamos com um mundo cada vez mais tecnológico e que exige mudanças disruptivas.
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Joaldo Diniz é head de produtos digitais do grupo Ser Educacional