Por Joaldo Diniz*
A inteligência artificial (IA) já faz parte das nossas vidas em várias áreas, tanto que, em muitas delas, nem notamos mais a sua presença. Muito se fala do potencial que ela tem – e terá ainda mais – na saúde, com muitos chegando a acreditar em consultas médicas sem a presença do médico, baseada totalmente nos dados gerados por exames – que também ficarão cada vez mais assertivos e detalhados.
Entretanto, com a educação é diferente. Ela já evoluiu bastante à medida que a tecnologia foi se desenvolvendo, saindo de salas de aula físicas e completamente offline, para modelos de educação a distância e aulas com professores e alunos conectados à internet e construindo o conhecimento juntos. Mas, qual o potencial da inteligência artificial? Aonde chegaremos com ela? Qual será o nível de automação atingido na educação?
Partindo do conceito dessa tecnologia – computadores capazes de tomar decisões independente do homem, baseada unicamente no processamento de dados recebidos – podemos citar algumas soluções bastante interessantes. Uma delas é uso de sistemas tutores de ensino, que analisam o desenvolvimento do estudante e dão feedback, instruções e sugerem exercícios específicos, de acordo com a necessidade do aluno.
O uso da inteligência artificial na educação possibilita ter acesso a benefícios que suprem necessidades de alunos, de forma a criar planos e atividades mudando a relação educacional com inovação. Sabemos que cada pessoa absorve um determinado conteúdo de forma diferente. Conseguir mapear isso, de forma individual, vai nos permitir direcionar melhor os formatos de apresentação daquele conteúdo, podendo disponibilizar ele para uns em forma de vídeo e, para outros, como podcast, por exemplo.
Esse poder de adaptação também pode ser aproveitado pelo professor no modelo presencial, tendo o sistema como um auxiliar e o docente podendo aplicar diretamente os as sugestões com os alunos. A IA também pode ser utilizada para entender padrões de aprendizagem e diagnosticar problemas que os alunos tenham nesse processo de estudo em sua individualidade. O modelo tradicional tem mais dificuldade de identificar uma pessoa com dislexia ou autismo, por exemplo. Esses são poucos exemplos, mas as possibilidades são muitas.
Diante desse cenário, temos que pensar, cada vez mais, no papel dos professores e alunos para a nova realidade, que já faz parte das nossas vidas. Num futuro, cada vez mais próximo, será necessário que os profissionais tenham conhecimentos básicos de programação independentemente da área de atuação.
Por fim, uma das questões mais relevantes é que precisamos refletir a forma como entendemos educação. Isso será fundamental para conduzirmos o avanço da tecnologia no setor, seus prós e contras. Além disso, as análises e acompanhamentos contínuos vão nos ajudar a usufruir, da melhor forma, o que ela pode nos oferecer.
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*Joaldo Diniz é Head de Produtos Digitais do grupo Ser Educacional