Startups e aceleração

Espaço destinado à atualização periódica de tecnologias nacionais e internacionais que podem impactar o segmento educacional e, portanto, subsidiar gestores das instituições de ensino para que sejam capazes de agir proativamente olhando para essas tendências.

31/05/2022 | 1871

Startups e aceleração

Por Joaldo Diniz*

 

Recentemente estive inserido no processo seleção da sexta turma de aceleração da Overdrives – Centro de Inovação da UNINASSAU. Passamos por um período de muita análise, conversas e estudos para chegar aos selecionados e temos certeza do grande potencial de cada uma. Posso falar com tanta clareza porque o processo para chegarmos a esse resultado não é simples. 

Já no período de inscrição para a aceleração, nosso time mergulha em todos os números e informações de cada pretendente. Avaliamos tudo que pode ter potencial de valorização e/ou desvalorização para o negócio, indo além dos pontos positivos e negativos mais superficiais. Verificamos desde o mercado em que ela está inserida até sua estrutura organizacional, mesmo que tenham poucos funcionários. Observamos detalhes aparentemente pequenos, mas que podem se tornar um problema ou o grande diferencial da empresa. 

Isso me faz lembrar uma dúvida comum no setor: o que faz uma startup ser atrativa para aceleração? Muitos pensam que qualquer startup pode ingressar num período de mentoria e ajustes como esses, mas não é bem assim. A empresa deve estar no momento certo da sua vida, com caminho a percorrer, mas madura para saber aproveitar os ensinos dos mentores. 

Aqui é quero focar em um aspecto que considero dos mais importantes. Não é só a startup ter um produto tecnológico validado no mercado, é preciso ter margem para crescer, expandir. A palavra aqui é “escalabilidade” – a capacidade de a empresa ampliar suas operações sem deixar de lado as qualidades que lhe geram valor. Esse é um dos pontos mais importantes para o negócio, pois, de nada adianta aumentar a produção sem entregar ao cliente um produto ou serviço com qualidade como antes. É querer “abraçar o mundo com as pernas”. Não dá certo. 

Querer crescer a todo custo, mesmo com um modelo de negócio que permita isso, é o princípio do fim. Durante todos esses anos, já nos deparamos com diversas empresas nesta situação. Muitas delas com pessoas inteligentes à frente, mas insistindo de maneira errada. Não julgo, pois todos queremos alcançar o sucesso, mas a sabedoria também consiste em saber identificar quando seguir, quando parar ou quando mudar a direção. 

Esse é um dos grandes valores da aceleração: ter pessoas experientes em diversas áreas que envolvem esse mercado olhando para o seu negócio e mostrando erros, acertos e possíveis caminhos a serem tomados. Por isso, tanto a empresa quanto seus fundadores precisam estar maduros o suficiente para aproveitar esses insights, mesmo que isso signifique reformular boa parte dos processos internos ou o produto. 

Assim, se tem um conselho que posso dar a quem está entrando no mundo das startups ou tentando mais uma vez com uma empresa nova é: pensem na escalabilidade desde o começo, desde a criação do negócio. Sem isso, vai ser difícil romper as barreiras que vão surgir e se tornar o unicórnio que todos querem.

 

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*Joaldo Diniz é Head de Produtos Digitais do grupo Ser Educacional

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Carmen Tavares

Gestora educacional e de inovação com 28 anos de experiência em instituições de diversos portes e regiões, com considerável bagagem na construção de políticas para cooperação intersetorial, planejamento e gestão no ensino privado tanto na modalidade presencial quanto EAD. Atuou também como executiva em Educação Corporativa e gestora em instituições do Terceiro Setor. É mestre em Gestão da Inovação pela FEI/SP, com área de pesquisa em Capacidades Organizacionais, Sustentabilidade e Marketing. Pós-graduada em Administração de Recursos Humanos e graduada em Pedagogia pela UEMG.

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