Desafios e perspectivas para a educação, ciência e engenharia diante dos avanços exponenciais: modelos e mentalidades para o futuro

Espaço destinado à atualização periódica de tecnologias nacionais e internacionais que podem impactar o segmento educacional e, portanto, subsidiar gestores das instituições de ensino para que sejam capazes de agir proativamente olhando para essas tendências.

26/09/2023 | 2388

Desafios e perspectivas para a educação, ciência e engenharia diante dos avanços exponenciais: modelos e mentalidades para o futuro

Por: Carmen Tavares*

Com o advento da sociedade do conhecimento e com as reconfigurações dos interesses econômicos e demandas da globalização, impulsionadas por novos padrões de inovação e pela rápida mudança tecnológica, existem vários desafios no âmbito da Educação, Ciência e Engenharia no mundo, portanto convidei o Coordenador do ICT, Laboratório da INATEL – Instituto Nacional de Telecomunicações, Dr. Antônio Marcos Alberti, PHD em eletrônica e Telecomunicações pela FEEC/UNICAMP para discorrer sobre o tema. Com a certeza de que será tão esclarecedor como foi para mim desejo à todos uma boa leitura!

Como fica a educação, a ciência e a engenharia em tempos de avanços exponenciais?

Tenho visto muitos artigos e questionamentos sobre isso nos últimos 15 dias.

O cenário atual é muito complexo para analisarmos sob a ótica de um único ponto de vista ou aspecto. Por exemplo, somente dos professores, das escolas, dos alunos, do MEC, das oportunidades de emprego, da inclusão, da mentalidade, dos modelos, do setor público, do privado, da perda de interesse dos alunos, da concorrência com celular, etc. É preciso ir muito mais a fundo, estudar os inter-relacionamentos, sinergias, aspectos-chave que emergem por consiliência, das transversalidades, das transdisciplinaridades e multidisciplinaridades.

Temos uma questão sistêmica complexa, multidimensional, e que exige ações multiestratégia. Que depende de mudar a forma como dividimos poder e saber nos coletivos (fonte Ivan Kallas). Escolas, faculdades, empresas, governos, famílias são coletivos. Em resumo, responder à pergunta acima depende de analisar mentalidades e modelos de coletivos humanos e do uso sinérgico da tecnologia. Não creio que conseguiremos sair desse atoleiro sem modelos e mentalidades novas e o aprimoramento dos humanos baseado em valores. Fazer mais do mesmo só vai gerar os mesmos resultados. Como disse Einstein: "Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes".

O Aprendizado do Futuro passa pela convergência de muitas novas tecnologias, modelos e mentalidades, integrando momentos conscientes e subconscientes, em coletivos ou individualmente, no físico, no virtual e no híbrido. Com o apoio de IAs - Inteligências Artificiais e IAGs - Inteligências Artificiais Gerais. Em ambientes de cocriação, cooperação e liderança situacional. Cocriação entre homens e máquinas. Experiências densas e intensas que nos façam aprender o que entendemos. Experiências convergentes entre arte, tecnologia, filosofia, metodologia, sociologia, pedagogia e ciência. Aprender fazendo, testando, falhando e recriando, criativamente e coletivamente.

Precisamos transformar as mentalidades e modelos para a prosperidade multidimensional, financeira, colaborativa, criativa, humana, sistêmica, que cura, equilibrada, etc. Claro que a prosperidade financeira é importante (precisamos de viabilidade financeira e crescimento econômico). Mas, ela não é a única. Sonhar, ser feliz, fazer as coisas por propósito, com cuidado, com empatia, em paz, com liberdade, saúde e inspiração também importam. O desafio é criar modelos e mentalidades que caminhem com valores humanos, repensando a divisão de saber e poder, gerando riqueza, prosperidade, inclusão, de forma ética e justa.

Nesse contexto, podemos iniciar os trabalhos de reconstrução criativa da educação, ciência e engenharia do futuro. Não usar a tecnologia para pagar o custo de nos tornarmos mais humanos não parece ser o caminho. Mas, fazer isso exige grande responsabilidade, caminhar com valores humanos e visão de futuros utópicos desejáveis apoiados em tecnologia.

Talvez por isso seja tão difícil avançar. É mais fácil fazer análises parciais... Ações pontuais... Mais do mesmo... Os resultados serão mais do mesmo...

Na tentativa de analisar nossa situação, fiz a figura abaixo. Minha pequeníssima contribuição para como podemos caminhar e onde queremos chegar. Se quiser ver ela em maior resolução acesse o link

  

Fonte: antonio.alberti.com
Contato:antonioalberti@gmail.com

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*Maria Carmen Tavares Christóvão é Mestre em Gestão da Inovação com área de pesquisa em Inovação Educacional. Diretora da Pro Innovare Consultoria de Inovação atuou como Reitora, Pró Reitora e Diretora de Instituições de Ensino de diversos portes e regiões no Brasil.  www.proinnovare.com.br 

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Carmen Tavares

Gestora educacional e de inovação com 28 anos de experiência em instituições de diversos portes e regiões, com considerável bagagem na construção de políticas para cooperação intersetorial, planejamento e gestão no ensino privado tanto na modalidade presencial quanto EAD. Atuou também como executiva em Educação Corporativa e gestora em instituições do Terceiro Setor. É mestre em Gestão da Inovação pela FEI/SP, com área de pesquisa em Capacidades Organizacionais, Sustentabilidade e Marketing. Pós-graduada em Administração de Recursos Humanos e graduada em Pedagogia pela UEMG.

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