Uma Análise Crítica sobre os Efeitos da Educação Empreendedora no Ensino Superior

Espaço destinado à atualização periódica de tecnologias nacionais e internacionais que podem impactar o segmento educacional e, portanto, subsidiar gestores das instituições de ensino para que sejam capazes de agir proativamente olhando para essas tendências.

19/03/2024 | 2547

Uma Análise Crítica sobre os Efeitos da Educação Empreendedora no Ensino Superior

Por Carmen Tavares*

Uma Perspectiva Multifacetada para Maximizar o Impacto da Formação Empresarial

 

A inserção da Educação para o Empreendedorismo (EE) no ambiente acadêmico do Ensino Superior é amplamente reconhecida como um catalisador para impulsionar o desenvolvimento econômico, social e ambiental. Este reconhecimento se fundamenta na crença de que a EE pode influenciar positivamente o comportamento empreendedor dos graduandos, fomentar a atividade empresarial e estimular a inovação nas organizações. Apesar dos consideráveis recursos investidos nesse empreendimento e das elevadas expectativas de diversos atores, incluindo agentes políticos, econômicos, universidades, alunos e professores, compreender os impactos da EE nos estudantes ainda é um desafio devido à sua natureza complexa e de longo prazo.

Para avançar nesse campo, é essencial que os profissionais que fomentam a inovação em ambiente acadêmico conduzam estudos robustos, com rigor metodológico e empírico na área de EE. Além disso, é crucial enriquecer a abordagem com insights multidisciplinares e documentar adequadamente os estudos realizados para permitir comparações significativas. Dessa forma, é imperativo concentrar esforços na construção de um corpo de conhecimento mais sólido em EE, visando aprimorar sua eficácia.

Além das tradicionais áreas de investigação, como objetivos, conteúdos, métodos e público-alvo da EE, faz-se necessário identificar outras dimensões relevantes para avaliar o impacto dos programas de EE e sua eficácia percebida pelos diferentes atores do cenário empreendedor. Essas dimensões incluem o contexto de implementação da EE, os agentes envolvidos na sua execução e as dinâmicas específicas que moldam os resultados.

 

Portanto, é fundamental direcionar os esforços de pesquisa e prática em EE não apenas para identificar o que funciona, mas também para analisar o contexto no qual a EE é implementada e os mecanismos que mediam seus impactos. Somente por meio de uma abordagem crítica e multidimensional podemos maximizar o potencial da EE para promover a educação empreendedora de maneira eficaz e sustentável.

A efetividade da EE no Ensino Superior depende da integração de princípios qualitativos e empíricos, como demonstrado nesse texto. Além disso, a pesquisa conceitual desempenha um papel crucial, conforme evidenciado por diversos artigos que oferecem uma visão ampla e dinâmica do tema em questão.

Ao adotar uma abordagem pragmática, deve-se conduzir uma investigação inicial sobre o impacto das dinâmicas de grupo e das estratégias individuais na EE. Isso permite compreender como essas dinâmicas influenciam o processo de aprendizado empreendedor, sem negligenciar o desenvolvimento de conhecimentos e habilidades essenciais.

Paralelamente, identifica-se temas centrais e lacunas na avaliação da eficácia da formação empreendedora, tanto inicial quanto contínua, transferíveis para a EE. Destaca-se a necessidade de desenvolver modelos de avaliação e pontos teóricos para avaliar programas de formação empreendedora, além de abordar métodos e rigor teórico para construir sistemas de avaliação eficazes.

Por meio de uma segunda investigação empírica, compreendeu-se como avaliar a eficácia de um sistema de EE examinando suas partes internas. Isso nos permite identificar áreas para melhorias e aprimoramentos contínuos na implementação prática de estratégias educacionais empreendedoras.

Em resumo, a combinação de abordagens qualitativas, empíricas e conceituais é fundamental para uma compreensão holística e o aprimoramento contínuo da EE no Ensino Superior. Essa abordagem multidimensional nos capacita não apenas a avaliar o impacto dos programas de EE, mas também a desenvolver estratégias mais eficazes para promover a educação empreendedora e o desenvolvimento de habilidades empreendedoras entre os estudantes universitários.

 

Finalmente, é crucial reconhecer que a análise dos resultados desses estudos empíricos e conceituais nos permite compreender que a eficácia da EE não depende apenas da implementação de estratégias de ensino, mas também da compreensão das dinâmicas internas do sistema educacional empreendedor. Essa compreensão mais profunda é essencial para o aprimoramento contínuo da EE e sua capacidade de preparar os estudantes para os desafios do empreendedorismo no mundo real.

Os estudos da PRO INNOVARE contribuem para o desenvolvimento de um modelo integrativo para avaliar o impacto da Educação para o Empreendedorismo (EE), oferecendo insights teóricos e gerenciais sobre temas como trabalho em equipe, as interações entre ambientes educacionais e empresariais, o desenvolvimento profissional de professores de empreendedorismo e a elaboração de estruturas para avaliar o impacto dos programas de EE no Ensino Superior. Esses resultados, baseados em algumas  dimensões constitutivas da EE identificadas por meio de uma revisão da literatura, contribuem para apoiar o design, a gestão e a avaliação sistemática e eficaz de novos programas de EE em todas as dimensões relevantes para os intervenientes envolvidos.

 

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*Maria Carmen Tavares Christóvão é Mestre em Gestão da Inovação com área de pesquisa em Inovação Educacional. Diretora da Pro Innovare Consultoria de Inovação atuou como Reitora, Pró Reitora e Diretora de Instituições de Ensino de diversos portes e regiões no Brasil.  www.proinnovare.com.br 

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Carmen Tavares

Gestora educacional e de inovação com 28 anos de experiência em instituições de diversos portes e regiões, com considerável bagagem na construção de políticas para cooperação intersetorial, planejamento e gestão no ensino privado tanto na modalidade presencial quanto EAD. Atuou também como executiva em Educação Corporativa e gestora em instituições do Terceiro Setor. É mestre em Gestão da Inovação pela FEI/SP, com área de pesquisa em Capacidades Organizacionais, Sustentabilidade e Marketing. Pós-graduada em Administração de Recursos Humanos e graduada em Pedagogia pela UEMG.

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