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Jovens brasileiros dependem dos programas sociais para cursar ensino superior

20/07/2016 | Por: ABMES | 6591

Mais de 50% dos jovens que pretendem cursar o nível superior conta com programas sociais de educação do Governo Federal para conseguir fazer a faculdade. A maioria é proveniente de escolas públicas e acredita que possui menos chances de concorrer a uma vaga nas universidades públicas. Além disso, é unânime a opinião de que o Governo não deve reduzir os investimentos nos programas.

Este e outros dados fazem parte da pesquisa A visão dos jovens brasileiros sobre os programas sociais do MEC - A importância do Fies, ProUni e Pronatec. O diagnóstico inédito realizado pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) foi apresentado nesta quarta-feira (20), em São Paulo. Estivera presentes jornalistas do Valor Econômico, Folha de S.Paulo, Estadão, O Globo, G1, R7, Agência Brasil, DCI, CBN e GloboNews.

O estudo, realizado pelo Instituto MDA, ouviu mil jovens de 18 a 30 anos, com ensino médio completo, de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Florianópolis, Salvador, Fortaleza, Manaus, Recife e Belém.

De acordo com o diretor presidente da ABMES, Janguiê Diniz, o levantamento analisa e revela o grau de importância dos programas sociais do Ministério da Educação e é um importante retrato do perfil do estudante brasileiro. Segundo a pesquisa, 81% dos jovens entrevistados pretendem cursar o nível superior dentro dos próximos 3 anos. Embora sonhem com o diploma, mais da metade deles, 50,5%, afirmou que a família não tem condições de pagar uma faculdade particular.

Dentro deste grupo que pretende cursar uma graduação, 57,9% dos jovens esperam contar com o ProUni e 50,3%, com o Fies para atingir seu objetivo. A maioria destes estudantes, 71,9%, cursou o ensino médio em escolas públicas e 62,9% deles acredita que os estudantes de escolas públicas não têm as mesmas condições que os alunos das particulares para ter acesso às universidades públicas.

A pesquisa mostrou que o sonho do nível superior ainda está vinculado aos diplomas mais tradicionais. Em uma listagem de 20 cursos, a faculdade mais desejada é a de medicina (12,7% dos entrevistados), seguida por direito (11,1%) e engenharia (10,9%) em terceiro lugar. Também são bem visados os cursos de administração (6,6%), enfermagem (4,9%) e psicologia (4,2%). Outra característica importante é o baixo interesse dos jovens em seguir a profissão de professor. Apenas 15,1% responderam que deseja fazer algum curso na área de licenciatura.  

Avaliação de mérito – Embora seja quase que unânime a opinião de que o Governo deve implementar ações que permitam que brasileiros, independentemente de renda, consigam realizar o sonho do diploma de nível superior (96,4%) e que deve conceder bolsas ou financiamento para quem não possui renda suficiente para pagar mensalidades (94,5%), o mérito também não foi esquecido pelos entrevistados. Mais da metade dos estudantes (63,2%) não concorda com a redução da nota de corte e pensa que, para obter o Fies, o estudante precisa alcançar, no mínimo, 450 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). 

Visão de Futuro– A pesquisa reforçou que o sonho da graduação ainda é visto pelo jovem brasileiro como a possibilidade de melhorar de vida e obter o tão desejado "lugar ao sol". 81% acreditam que o diploma possibilita crescimento profissional. No universo de 18 a 24 anos de idade, apenas 17% dos jovens estão no ensino superior, enquanto a Lei do Plano Nacional de Educação (PNE) prevê que em 10 anos a meta a ser alcançada é de 33%. Porém, pouco mais da metade dos entrevistados, 54,2%, acredita que o Governo conseguirá cumprir esta meta.

Também é unânime a opinião de que o Governo Federal deve aumentar o número de vagas do Fies (90,2%) e do ProUni (91,9%); e 75% não considera justo que o Governo reduza os investimentos em programas educacionais com o objetivo de controlar os gastos públicos.

A pesquisa está disponível com exclusividade para associados ABMES. Clique aqui para acessar.


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