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Capes apresenta avanços em pleitos das instituições de ensino superior particular

05/10/2016 | Por: ABMES | 3221
Augusto Coelho/ABMES

O presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes), Abílio Baeta Neves, anunciou, nesta terça-feira, 4, durante o seminário “Capes: panorama e perspectivas da pós-graduação no Brasil”, promovido pela ABMES, que o Ministério da Educação avalia a inclusão de cursos de Mestrado e Doutorado no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), com previsão para 2017. A medida é um dos principais pleitos da Associação e vai representar a possibilidade de melhorias na pós-graduação do país e aumento da oferta de programas de stricto sensu.

Baeta também sinalizou que a Capes está analisando algumas propostas para a criação do doutorado profissional, outra reivindicação da ABMES. “Assim como o mestrado profissional, entendemos que essa modalidade de pós-graduação stricto sensu, voltada à capacitação de profissionais nas diversas áreas do conhecimento, com foco no estudo de técnicas, processos ou temáticas que atendam a alguma necessidade do mercado de trabalho é uma tendência forte que responderá uma demanda crescente na área”, diz. Com relação às modalidades profissionais, haverá distinções nas comissões que as avaliam. Pela primeira vez, a análise contará com membros não acadêmicos.

O evento foi mais uma oportunidade de aproximação entre as instituições de ensino superior particular e os principais dirigentes dos setores públicos educacionais.  Além do presidente da Capes, o seminário também contou com a presença do conselheiro da Câmara de Educação Superior no Conselho Nacional de Educação (CES/CNE), Antonio Freitas Junior; do Coordenador Geral dos Mestrados Profissionais na Diretoria de Avaliação da Capes, Sérgio Avellar, e do diretor de pós-graduação stricto sensu da Kroton Educacional, Hélio Suguimoto. O diretor presidente da ABMES e secretário executivo do Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular, Janguiê Diniz, coordenou a mesa de debates, ao lado do vice-presidente da ABMES, Celso Niskier.

Para manter o título de universidade, as instituições de ensino superior, tanto federais quanto particulares, devem oferecer, no mínimo, quatro mestrados e dois doutorados. O mesmo prazo vale para os centros universitários e faculdades que desejam alcançar o status de universidade. O prazo para a implantação dos cursos é 2016, mas está em análise um pleito da ABMES para que esse prazo seja prorrogado para 2020.

Segundo Hélio Suguimoto, entre princiapis desafios hoje está a dificuldade para a fixação de doutores nas instituições de ensino e a manutenção e criação de novos programas de pós-graduação. Hoje, por ser muita cara, a oferta de pós-graduação stricto sensu pelas instituições é feita para atender o planejamento voltado para a pesquisa. “Os custos são muito altos. Um artigo produzido por um aluno de pós-graduação pode custar cerca de R$ 50 mil”, destacou.

O conselheiro Antonio Freitas Junior ressaltou que não só na pós-graduação, mas em todos os níveis de conhecimento, um país que está entre as maiores economias do mundo não poderia ter tantos jovens sem recursos para estudar. Para ele, é preciso definir o papel da educação superior particular no processo de desenvolvimento do país e financiá-la adequadamente. “Em uma realidade que conta com mais de 12 milhões de desempregados, os índices de evasão são muito altos. A ação tem que ocorrer dentro das escolas, com aproximação direta do poder público. Hoje, são milhares de pessoas sem trabalho, estudo e perspectivas”, apontou.

Avaliação quadrienal

O coordenador da Capes Sérgio Avellar mencionou que a meta da Fundação é oferecer cada vez mais publicidade aos processos de avaliação como forma de aperfeiçoar o sistema e abrir “a caixa preta” dos processos, mais uma das solicitações feitas pela ABMES em resposta às manifestações das instituições de ensino superior associadas.

Outra novidade da avaliação de 2017 será o fornecimento de dados sobre os egressos da pós-graduação. “A ideia é mostrar mais do que dados bibliográficos. É criar uma base com informações consistentes sobre em que local do mercado de trabalho o egresso está inserido, quanto ganha, entre outras informações, para que possamos aprimorar a avaliação”, diz.

A Capes, dentre outros objetivos, é responsável pela avaliação dos cursos de pós-graduação stricto sensu. Em 2017, a avaliação levará em conta os últimos quatro anos de funcionamento dos cursos (2013 a 2016). Os resultados da avaliação servem de base para a formulação de políticas para a área de pós-graduação e para o dimensionamento das ações de fomento, como bolsas de estudo.

 


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