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Pesquisa ABMES: Fator financeiro ainda é a principal barreira para o acesso ao Ensino Superior

25/04/2017 | Por: ABMES | 4393

São inúmeros os fatores que podem influenciar pais e estudantes na escolha por uma graduação ao final do Ensino Médio. Para saber mais sobre este universo e o que este público almeja em relação à Educação Superior, a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), juntamente com a Educa Insigths, realizou um estudo inédito que apurou o quanto pais e alunos consideram importante o ingresso na faculdade (98% e 94%, respectivamente) com o objetivo do estudante conseguir um bom emprego (67% e 66%). Além disso, a pesquisa verificou que o aspecto financeiro é crucial nesta escolha: 62% dos pais postergaria a entrada do filho no curso caso não conseguisse vaga em uma instituição pública, ao passo que 71% antecipariam tais planos se obtivesse bolsa ou financiamento estudantil.  Tal aspecto se verifica também quando observado que 40% dos entrevistados considera conciliar faculdade e trabalho.
 
A pesquisa "Processo Decisório no acesso à Educação Superior" foi realizada com base em três questões fundamentais: O que motiva os alunos do Ensino Médio a cursarem o Ensino Superior? Quais as principais barreiras que os alunos encontraram para ingressar na graduação? O que os faria mudar de ideia?

Para responder a estes questionamentos, foram entrevistadas 1.200 pessoas (dentre pais, alunos do Ensino Médio e egressos) nas cidades de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e Porto Alegre (RS), no período de 3 de fevereiro a 2 de março deste ano. Em cada capital foram ouvidas 300 pessoas para entender as influências na escolha pela graduação. Nestas localidades, o total de entrevistados foi dividido em três grupos de 100 participantes com três públicos distintos.

Os pais influenciam na decisão - As entrevistas do primeiro grupo, voltadas para os pais dos alunos, teve o foco no que eles desejam em relação à Educação Superior. Observou-se que os pais são grandes influenciadores dos filhos no processo de decisão e que consideram o Ensino Superior o caminho natural logo após o Ensino Médio (78%). Eles têm preferência por cursos de bacharelado (79%) na modalidade presencial (99%) e consideram importante para o processo de decisão o preço, seguido da qualidade. 98% acham importante que o filho entre na faculdade no futuro, para que consiga um bom emprego (67%). Dentre os pais que não vislumbram a entrada imediata do filho no Ensino Superior, 71% anteciparia a decisão se obtivesse bolsa ou financiamento estudantil, ao passo que 62% postergariam caso o filho não passasse em uma instituição pública. 

Decididos - O segundo grupo de entrevistados é formado por estudantes do Ensino Médio. Observou-se que são decididos e focados em suas escolhas. Assim como os pais, também acham a faculdade importante (94%), sendo o caminho natural após a conclusão (70%), e consideram a entrada paralela no mercado de trabalho (40%). Têm preferência por cursos de bacharelado (76%) presenciais (99%) e já sabem a área que desejam cursar, vislumbrando instituições públicas ou bolsas e financiamento estudantil. Das motivações que levariam estes jovens a antecipar a entrada na faculdade, 57% o fariam se conseguisse bolsa ou financiamento estudantil e 32% se obtivesse renda para custear. 62% postergariam os planos se não tivessem dinheiro para pagar e 44% se não conseguissem entrar na universidade pública.  

Estes jovens são bem decididos em relação à área que pretendem atuar e 60% disseram que já sabem em qual curso pretendem se matricular. Também 60% afirmaram que a escolha se baseia no sonho de cursar a faculdade pretendida e 52% tem como motivação a afinidade com a profissão.

O peso da questão financeira no processo de escolha pelo Ensino Superior também fica evidente ao observar que 31% dos jovens trabalham enquanto cursam o Ensino Médio, sendo que 72% o fazem para ter independência financeira e 23% para complementar a renda familiar.  A maioria (56%) considera mais importante os estudos do que o trabalho nessa fase da vida. E 24% tiveram de pausar os estudos em algum momento, seja por ter conseguido um emprego (35%) ou por conta do baixo desempenho e repetência (27%).

O sonho versus a barreira financeira - O terceiro grupo entrevistado foi composto por estudantes egressos do Ensino Médio que não entraram no Ensino Superior. A conclusão foi que a grande barreira para o ingresso desses alunos na faculdade foi a motivação financeira, apesar do desejo de terem entrado logo após a conclusão do Ensino Médio (62%). E 70% afirmam que não conseguiu seguir em frente com os estudos pois não tinha condições de pagar, além de 23% porque não conseguiram vaga em uma faculdade pública.

Para esse público que já possui uma visão mais realista das oportunidades, preço e empregabilidade são fatores decisivos no processo de escolha da instituição, e 52% ainda esperam conseguir entrar para a universidade (62% em até dois anos). 76% optam por cursos de bacharelado com preferência pela modalidade presencial (84%). Já estão mais amadurecidos em relação ao curso pretendido, e o embasamento para a escolha: 88% já sabem qual a faculdade desejam cursar, 58% têm como motivação a afinidade com a profissão e 44% porque sempre teve o sonho de cursar a graduação escolhida.   

Destes jovens, 22% pararam de estudar durante algum momento do Ensino Médio, dos quais, a maioria o fez porque conseguiu um emprego e 27% por baixo desempenho escolar. A retomada dos estudos se deu por interesse próprio, na maioria dos casos, outros foram pressionados pelo local onde trabalham a concluírem os estudos.

Algumas diferenças regionais - No geral, os dados apurados pela pesquisa apontaram que nos três grupos pesquisados, o fator financeiro é um aspecto fundamental no processo de decisão pela continuidade dos estudos após o Ensino Médio.  Algumas diferenças foram notadas em relação a algumas cidades e a média nacional, apontando para algumas distinções na realidade de cada lugar.

No Rio de Janeiro, 80% dos pais esperam que o filho se dedique apenas à faculdade, ao passo que em Porto Alegre, esse percentual é de 22%.  

Em relação aos estudantes que ainda estão no Ensino Médio, 92% dos baianos pretendem entrar na faculdade logo após concluírem o colégio e 64% dos paulistas têm esta intenção. Esperam cursar uma faculdade privada 54% dos baianos, enquanto que o número de gaúchos é de 24%. E 7% dos alunos de nível médio de Salvador trabalham, enquanto que em Porto Alegre o percentual é de 45%. Entre os baianos que trabalham, 71% precisam complementar a renda familiar (a média nacional é de 23% e em São Paulo é de 17%), apesar de considerarem que é importante estudar (80% versus 56% da média nacional). Dos alunos que pararam de estudar, 64% dos cariocas o fizeram por não considerar importante. 

Dos jovens egressos do Ensino Médio que em algum momento abandonaram os estudos, possuem uma divergência acentuada da média total os entrevistados de Salvador, onde 89% pararam de estudar por conta do baixo desempenho e apenas 11% por ter conseguido um bom emprego. Ainda em relação a este público, embora a média nacional aponte 84% na escolha por um curso presencial, em Porto Alegre 50% dos entrevistados optaram pela modalidade semipresencial. 

A íntegra da pesquisa está disponível para os associados neste link


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