A Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) e a Educa Insigths apresentaram na manhã desta terça-feira (25), em São Paulo/SP, os resultados da pesquisa "Processo Decisório no acesso à Educação Superior". O estudo inédito revelou que o aspecto financeiro é o que mais pesa para pais e estudantes: 62% dos pais postergariam a entrada do filho na faculdade caso não conseguissem vaga em uma instituição pública, ao passo que 71% antecipariam tais planos se obtivessem bolsa ou financiamento estudantil. Tal aspecto se verifica também quando observado que 40% dos entrevistados consideram conciliar estudos e trabalho.
Segundo ressaltou o diretor presidente da ABMES, Janguiê Diniz, durante a apresentação da pesquisa, o Brasil precisa priorizar os mecanismos que ajudem o País a cumprir as metas estabelecidas no Plano Nacional de Educação (PNE) no que diz respeito ao número de brasileiros matriculados no Ensino Superior (passando dos atuais 18% de matriculados para 33% até o ano de 2024). “A Educação é o motor que move o País. Por isso, o Governo não pode se esquecer do seu papel social e precisa retomar a importância dada a programas como ProUni e Fies”.
Janguiê Diniz observou que a partir da pesquisa fica notório o desejo dos jovens e dos pais de que os estudantes ingressem no Ensino Superior logo após a conclusão do Ensino Médio. “Vemos que os estudantes não conseguem ingressar na faculdade, e, então, buscam um trabalho, até mesmo na tentativa de que isso os auxilie a acessar o Ensino Superior. Mas sem qualificação tudo fica mais difícil e o sonho vai se distanciando cada vez mais”, declarou.
O diretor executivo da ABMES, Sólon Caldas, que também participou da divulgação da pesquisa, destacou que, em um primeiro momento, os estudantes estão mais preocupados com as condições que terão para cursar uma faculdade (se será por meio de uma instituição pública ou se terão renda, bolsa ou financiamento para arcar com as mensalidades em uma particular). Em seguida, se preocupam com as questões que envolvem a empregabilidade e o mercado de trabalho. “Este é um fator que está muito presente na preocupação dos pais, complementou o diretor".
Caldas também salientou o papel social do incentivo à Educação Superior. "A visão do Governo ainda está muito no aspecto financeiro, em qual taxa será cobrada, no índice de inadimplência, se o aluno terá fiador ou não. A Educação tem de ter um investimento social. É a Educação sendo provida pelo Estado. É um direito do cidadão", destacou. Ele lembrou que 40% das vagas do Fies não são preenchidas, pois os estudantes não conseguem se enquadrar às novas regras e requisitos para o financiamento que são muito restritivos. Consequentemente, o número de beneficiados tem diminuído cada vez mais.