O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) publicou nesta segunda-feira, 29, em seu portal, o Relatório Síntese dos Resultados da Avaliação Nacional Seriada dos Estudantes de Medicina (Anasem) 2016. O documento sistematiza o resultado da primeira edição da avaliação, aplicada aos estudantes do 2º ano dos cursos de Medicina brasileiros. O relatório contribui principalmente, com a autoavaliação dos cursos por parte das Instituições de Ensino Superior (IES).
Os resultados revelam diferenças na organização das matrizes curriculares dos cursos, em particular nos períodos letivos em que são ministrados alguns conteúdos, o que teria influenciado o desempenho dos estudantes de diferentes IES. Esse cenário é sugerido pelas informações do questionário de percepção sobre a prova, em que apenas 50,6% dos participantes relata ter estudado e aprendido muitos dos conteúdos solicitados. Além disso, 41,3% dos respondentes apontaram desconhecimento do conteúdo como a maior dificuldade encontrada na prova.
Com as informações do relatório, e os resultados em si, será possível que as Instituições de Ensino Superior que oferecem cursos de Medicina se apropriem dos dados para avaliar o que era esperado de seus estudantes e o que o desempenho na avaliação revela. Esse análise pode contribuir para reflexões sobre o projeto pedagógico, e mesmo para a avaliação da necessidade, ou não, de ajustes e correções na proposta do curso.
Avaliação - A Anasem será realizada anualmente, sendo a participação de um mesmo estudante prevista a cada dois anos (2º, 4º e 6º anos). Na primeira edição, em 2016, só os estudantes do 2º ano dos cursos de medicina participaram. Em 2018, a Anasem começa a ser aplicada também para os alunos do 4º ano. Em 2020, se juntam aos avaliados os alunos do 6º ano. A participação é obrigatória, pois a regularidade na avaliação é atestada no Histórico Escolar. A prova da Anasem é composta de 60 questões objetivas e três discursivas, elaboradas com base na Teoria de Resposta ao Item (TRI), como outras avaliações do Inep.
A primeira edição da Avalição, realizada em 2016, deu início a um processo de acompanhamento dos projetos pedagógicos para a formação de médicos generalistas nas Instituições de Educação Superior que oferecem curso de Medicina. A opção por uma prova de investigação das habilidades que os alunos conseguiram desenvolver nos dois primeiros anos do curso é o mecanismo que melhor se ajusta aos princípios e orientações das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Medicina, implantadas em 2014.
Com participação de 256 instituições, os resultados da prova indicam que os conhecimentos adquiridos pelos alunos nessa etapa do curso lhes permitiram resolver situações em que são requeridas habilidades de comunicação por meio de diferentes recursos e linguagens, identificar as inter-relações entre estruturas macro e microscópicas do organismo humano e o funcionamento normal dos sistemas orgânicos no processo saúde-doença, utilizar evidências científicas, para subsidiar o raciocínio clínico, construir argumentação consistente e propostas de intervenção, individualmente e em equipe, em diversos contextos, na defesa da saúde, da cidadania e da dignidade humana.
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