Os desafios para se oferecer e exigir qualidade na educação em países continentais são semelhantes. Esta foi a conclusão do diretor nacional de Controle de Qualidade da Educação e Ciência da Rússia, Sergei Kravtsov, após apresentar os dados de seu país, ouvir os números brasileiros e analisar as informações divulgadas pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) para ambos.
No entanto, ao questionar apenas sobre a educação superior, o diretor presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), Janguiê Diniz, pode constatar que o Brasil ainda precisa encarar um problema grave: enquanto temos apenas 17% de taxa líquida de matrículas de alunos entre 18 e 24 anos, os russos conseguem atingir entre 35 e 40%.
"A Rússia já apresenta os índices que estabelecemos como meta no Plano Nacional de Educação (PNE). Viemos buscar os caminhos que eles traçaram para atingi-los, dentro das mesmas condições que temos. Até cerca de três anos, a Rússia também tinha 2,5 mil instituições de educação superior", afirmou Janguiê.
O debate se deu no fim da tarde de terça-feira (5/9), na sede da entidade do Governo Federal Russo, em Moscou. O encontro fez parte do segundo dia de agenda da 1ª Delegação ABMES Internacional - Russia Experience, que envolve 36 reitores e diretores de faculdades, centros universitários e universidades.
Tecnologia - As atividades do dia começaram com foco em um dos destaques da vida acadêmica na Rússia: a tecnologia. A delegação visitou a Skoltech, universidade que procura atender as necessidades do mercado de trabalho, com ênfase para a indústria. O presidente da instituição, Alexander Kuleshov, fez uma palestra apresentando as possibilidades de parceria, principalmente de intercâmbio de alunos.
Os brasileiros também estiveram na Russian New University (RosNOU), onde foram recebidos pelo reitor e presidente da Associação de Ensino Superior da Rússia (ANVUZ), Vladimir Zernov, e sua equipe para discutir novos formatos de preparar rankings universitários.
Convênio - A programação do dia foi encerrada com a assinatura de um acordo internacional entre a ABMES e ANVUZ, visando o intercâmbio de informações e dados estatísticos sobre a educação superior particular entre Brasil e Rússia.
O vice-presidente da ABMES, Celso Niskier, destacou o alto nível dos encontros. "Conhecemos a experiência única da Skoltech, o 'Vale do Silício' russo, onde visitamos laboratórios importantes e vimos pesquisas de ponta. Depois fomos a uma das universidades particulares líderes da Rússia e encerramos o dia no que seria o Inep deles, onde pudemos conhecer as formas de avaliação da educação superior russa".
A 1ª Delegação ABMES Internacional - Russia Experience segue até o próximo domingo, 10 de setembro. Hoje segue com agenda em Moscou e, no fim do dia, se desloca para a segunda maior cidade russa: São Petersburgo.