O diretor presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), Janguiê Diniz, homologou o resultado da 23ª edição do Prêmio Top Educacional Professor Mario Palmério. Os projetos vencedores foram definidos pela Comissão Julgadora em reunião final realizada na terça-feira, 26 de junho de 2018, na sede da ABMES.
Presidida por Manuel Marcos Formiga, professor da Universidade de Brasília (UNB), economista e ex-diretor da Capes, a Comissão foi composta ainda por Celso da Costa Frauches, do Instituto Educacional Andragogia; Lina Sandra Barreto Brasil, da Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS); Valdemar Ottani, da Âncora Planejamento Estratégico, e Suzete Venturelli, do Instituto de Artes da Universidade de Brasília (UnB). Após sucessivas etapas de reuniões e análises do material recebido, os membros anunciaram a decisão colegiada.
O Centro Universitário São Camilo, de São Paulo/SP, foi a instituição que apresentou a proposta vencedora, intitulada Narizes de Plantão. Coordenado por Mauro Fantini Nogueira Martins, o projeto busca inovar e inserir humanização e empatia na educação superior da área da saúde de modo prático, eficiente e divertido. Com base na linguagem do palhaço, a instituição insere uma atividade artística como ferramenta educacional para a formação mais completa de futuros profissionais da saúde.
Para Lina Barreto, embora a ideia central já seja mundialmente conhecida, a exemplo do Doutores da Alegria, do Patch Adams e do instituto Clown Care, chamou atenção a originalidade na forma de aplicação institucional do Narizes de Plantão, com o uso da arte para ensinar empatia para o profissional da área de saúde. Lina apontou que o projeto apresentou boa problematização da realidade vivida pela instituição e teve impacto tanto na comunidade acadêmica como na comunidade externa, além da possibilidade de ser replicado em outras instituições.
“Identificaram um problema que era importante para o curso e para a comunidade de maneira geral e usaram isso como base do projeto para mudar essa realidade. Os resultados são impressionantes”, relata Lina. A proposta demonstrou o grande investimento da instituição e números impactantes: mais de 44 mil pessoas visitadas, mais de 200 oficinas de treinamento com 820 horas trabalhadas e 4 mil horas de treinamento. “Humanização não se ensina, a gente vivencia. E o Narizes de Plantão faz muito bem isso usando a arte do circo para transmitir a empatia e essa é a grande inovação dessa metodologia”, conclui.
A Comissão conferiu ainda duas menções honrosas, à Universidade Anhembi Morumbi, de São Paulo/SP, pela proposta Trilhas de empreendedorismo e inovação, e ao Centro Universitário Celso Lisboa, do Rio de Janeiro/RJ, pelo projeto Implosão da educação superior tradicional: o caso da Celso Lisboa.
Trilhas de empreendedorismo e inovação, coordenado por Luis Alberto Figueiredo de Sousa, consiste em promover encontros ao longo do semestre proporcionando ao estudante ficar frente a frente com profissionais de mercado, que partilham suas experiências em temas que vão desde a descoberta do empreendedorismo como opção de carreira até análises de mercado de trabalho utilizando técnicas específicas. Formiga sinalizou que a Anhembi Morumbi submeteu ao prêmio mais dois projetos que foram merecedores de destaque, também sob coordenação de Luis Souza. As outras duas propostas mencionadas foram o Projeto I9 na escola e Desenvolvimento de trabalhos de âmbito internacional. Ao todo, a Anhembi Morumbi concorreu com seis projetos.
“Me surpreendeu descobrir um professor tão criativo, tão inovador, empreendedor. Ele sai de dentro da escola e se preocupa com o mundo real. É o professor do futuro”, comenta Formiga. A proposta que despontou e recebeu menção honrosa parte da área de engenharia, mas a experiência se multiplica por outros departamentos, tornando-se interdisciplinar. “A universidade e o professor certamente merecem menção honrosa pelo conjunto da obra. Ele está à frente de seu tempo”, destaca Formiga.
Já o projeto Implosão da educação superior tradicional: o caso da Celso Lisboa, coordenado por Rodolfo Bertolini, trata de uma série de pesquisas com seus estudantes e professores cujos resultados mostraram que a forma de ensinar não evoluiu com o passar dos anos. A instituição optou então por implodir o modelo tradicional de ensino e, a partir de 2016, apenas nos cursos de gestão, os estudantes passaram a estudar por competências e não mais por disciplinas, desenvolvendo a solução de problemas reais, com a mediação de dois professores ao mesmo tempo em sala, em uma estrutura física que estimulava a colaboração.
Valdemar Ottani salientou a coragem e ousadia do Centro Universitário Celso Lisboa em revolucionar toda a estrutura da instituição. Ele elogiou também a forma como o projeto foi apresentado ao prêmio, submetendo um material com muita qualidade gráfica e conteúdo detalhado, demonstrando os resultados alcançados e descrevendo o passo a passo que poderia ser adotado por outras instituições. “É um projeto atual, que objetiva mudar realmente a maneira de agir. O termo que eles utilizam de ‘implodir’ está de fato correto, porque quebram o paradigma educacional vigente e promovem a mudança necessária, como é referido no trabalho”, ressalta.
Celso Frauches, que já participou de outras bancas julgadoras do Top Educacional, confirmou que os projetos selecionados correspondem à importância do prêmio pelo mérito e relevância. “O objetivo do prêmio é alcançado quando percebemos tantas instituições fazendo diferença, inovando e aplicando de fato os projetos apresentados, trazendo resultados que podem ser replicados por outras instituições”, afirma.
Premiação
Os projetos serão premiados em cerimônia a ser realizada em Brasília, com previsão para dezembro de 2018. O vencedor recebe R$ 10 mil em dinheiro e as menções honrosas são agraciadas com R$ 2.500 cada. Todos os coordenadores que se inscreveram podem solicitar à ABMES o certificado de participação na 23ª edição do prêmio.