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Educação fará combate ao 'marxismo cultural'

03/01/2019 | Por: Valor Econômico | 3044
Foto: Folha de S.Paulo

Em um dos discursos mais políticos entre os ministros que tomaram posse ontem, o novo ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, dedicou boa parte da sua fala a exaltar o presidente Jair Bolsonaro, atacou as gestões "lulopetistas" que, segundo ele, "dilapidaram nossa riqueza" e sufocaram "valores tradicionais".

Vélez Rodríguez prometeu ainda uma gestão voltada a combater "o marxismo cultural presente no ensino superior" e que terá nos filósofos liberais Antônio Paim e Olavo de Carvalho a inspiração para suas ações.

"Marxismo cultural é uma coisa que faz mal à saúde da mente, do corpo e da alma", disse o novo ministro em resposta a um grupo de jornalistas que o questionaram se o combate ao marxismo cultural será uma política de governo em sua passagem pela pasta.

O ministro reforçou o compromisso com Bolsonaro ao afirmar que está atento às "orientações do nosso presidente". "Bolsonaro deu voz a aqueles que não eram escutados pela mídia tradicional", disse Vélez Rodríguez, reforçando que, apesar do que chamou de "obscuro plano para tirar Bolsonaro da disputa nacional", em referência ao ataque a faca sofrido em Minas Gerais, o novo presidente seguiu em sua caminhada rumo ao Planalto levado pelo clamor popular. "Derrubaram um homem, mas levantaram uma nação".

Colombiano naturalizado brasileiro, com sotaque aparente, Vélez Rodríguez não especificou medidas que pretende implementar, mas disse que "serão fomentadas políticas que integrem ensino, ciência e tecnologia. "Na educação superior, queremos alinhamento entre cursos oferecidos e demandas econômicas e sociais". Apontou ainda que "no setor privado, daremos atenção especial aos cursos oferecidos, não pode ser um simples serviço".

As entidades que representam o setor de ensino superior disseram apenas que o novo ministro é recém chegado à pasta. "O novo ministro teve pouco tempo de transição. Deixei meu cartão com ele para conversamos depois", disse Elizabeth Guedes, vice-presidente da Associação das Universidades Privadas (Anup) e irmã do ministro da Economia, Paulo Guedes. "Acho que quando ele tomar pé de todos os desafios do setor ele vai entender as prioridades", disse Sólon Caldas, diretor executivo da Associação Brasileira das Mantenedoras de Ensino superior (ABMES).


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