A tecnologia como aliada de modelos inovadores de gestão pautados na diversidade, na inclusão e na sustentabilidade. Essa foi a tônica de um dos painéis da 12ª edição do Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular (XII CBESP) que acontece em Belo Horizonte/MG. A mesa reuniu Lucas Moraes, CEO e founder na Edulabzz Studios; Bruno Pinheiro, empreendedor digital e fundador/CEO da be.academy; e Rafael Pinheiro, gestor de Produtos para Educação na TOTVS.
Com uma fala provocante e desafiadora, Bruno Pinheiro sentenciou: “se continuarmos ensinado da mesma forma, não vamos conseguir reter os jovens. Se as instituições de educação superior continuarem como estão, em três anos estarão quebradas ou faturando 50% menos”.
Após quatro anos viajando o mundo e empreendendo na esfera digital, a avaliação do especialista é de que temos sistema de ensino do século 18, professores do século 19 e alunos do século 21. “Precisamos não tiver a tecnologia aliada à educação para engajar as pessoas”.
Entretanto, o especialista alertou para o fato de que o uso da tecnologia na educação não se restringe à utilização de tablets ou outras ferramentas digitais. “Pessoas gostam de se relacionar com pessoas, não de se relacionar com máquinas. Vocês precisam dar vida para a faculdade online. E por isso seus canais nas redes sociais são cada vez mais importantes. É por ali que o aluno vai se sentir motivado a entrar na sua instituição”. Para Pinheiro, as instituições precisam estar atentas para o fato de que o melhor marketing é o boca a boca. “Vocês precisam ter seus alunos como embaixadores e não como haters”.
Por fim, o empreendedor digital ressaltou que a tecnologia deve ser utilizada para educar, não para reduzir custos. “A melhor forma de engajar o jovem hoje não é na sala de aula, é com a tecnologia. Além disso, prepare o aluno para a vida, não para o emprego”.
Gamificação
Se o uso da tecnologia não se reduz à introdução de equipamentos eletrônicos nas salas de aula, o mercado tem favorecido o surgimento de empresas e soluções preparadas para ajudar as instituições educacionais nessa transformação digital.
Esse é o caso da Edulabzz Studios, EdTech criada por Lucas Moraes, hoje com 24 anos, que aposta na gamificação como o futuro do processo de ensino-aprendizagem. “Desenvolvemos tecnologias educacionais alinhadas com o perfil e as expectativas das novas gerações”.
Essas tecnologias consistem em jogos educacionais, realidade aumentada, realidade virtual, apps educacionais, plataformas de EAD. “Nosso diferencial são os games [jogos]. Conseguimos gamificar assuntos complexos, teóricos e que geralmente são um grande desafio para os alunos”, explica Moraes, para quem estamos cada vez mais próximos do que ele chama de “era da educação descentralizada”.
Por fim, a terceira palestra do painel tratou sobre como o design thinking pode ajudar a construir uma experiência inovadora e sustentável na IES. Nesse ponto, o gestor de Produtos para Educação da TOTVS ressaltou a distância entre o que instituições consideram relevante informar em seus sites, por exemplo, e o que os estudantes gostariam de ter disponível.
Ao pensar na estrutura de um novo portal, as IES tendem a focar em espaços destinados à publicação de notas, boletos de pagamento, histórico escolar e ferramenta para a realização de rematrícula. Contudo, o que o estudante deseja, é uma agenda de compromissos, serviços, frequência e notas. “Vocês podem afirmar que o boleto é fundamental e, de fato, é, mas porque não colocá-lo dentro de uma agenda de compromissos que esteja integrada com as demais atividades acadêmicas do aluno?”, questionou.
Workshops
O segundo dia do maior e mais importante congresso da educação superior no país foi encerrado com três workshops sobre temas relevantes que estão conectados com o dia a dia das instituições.
O sucesso da prática, realizada pela primeira vez no XI CBESP, realizado em 2018 na Ilha de Comandatuba/BA, fez com que as oficinas fossem definitivamente incorporadas à programação do Congresso. Este ano, os temas abordados foram: referenciais de qualidade na EAD aplicados na graduação e na pós-graduação stricto sensu; metodologias ativas: inovando no processo de ensino-aprendizagem; e marketing digital: trabalhando a diversidade estudantil.