Ministério da Educação abriu nesta terça-feira (6) inscrições para vagas do Fies que não foram preenchidas ao longo de 2020.
A Bruna adora animais e quer fazer medicina veterinária para ajudar a tratar os bichinhos abandonados. Mas ela não tem condições de pagar uma faculdade particular. Vai aproveitar as notas do Enem que fez em 2014 para tentar conseguir o Fies e entrar na faculdade.
“Fica muito puxado para a gente nessa situação de pandemia, redução salarial. Até a gente se restabelecer, não vai ser agora. A minha intenção é financiar o máximo que eu conseguir e realizar o sonho”, conta Bruna Catarina Moreira, pedagoga.
Desde 2015 o governo não financia 100% da mensalidade no Fies para alguns cursos que tem a mensalidade mais alta. De acordo com o Ministério da Educação, o aluno mais carente não paga juros e, para os outros, tem uma escala de financiamento que varia de acordo com a renda familiar.
“O aluno precisa de arcar com a diferença entre a mensalidade e o valor financiado, e muitas vezes o aluno não tem condições para isso”, explica Sólon Caldas, diretor executivo da Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior.
Para se inscrever no Fies, o estudante tem que ter feito o Enem a partir de 2010, ter tirado, no mínimo, 450 pontos na média das cinco provas, não ter zerado a redação e ter uma renda bruta, por pessoa da família, de até três salários mínimos por mês.
O Ministério da Educação disponibilizou 50 mil vagas que não foram preenchidas no primeiro semestre de 2020. As inscrições devem ser feitas pela internet e, dessa vez, um dos critérios para ocupação das vagas vai ocorrer de acordo com a ordem de conclusão das inscrições.
Alguns estudantes reclamaram que não conseguiram concluir a inscrição nesta terça porque o site do Fies estava lento ou instável. O Alan está no segundo ano de arquitetura e só entrou na faculdade porque conseguiu 80% do financiamento estudantil.
“Para mim foi fundamental porque, se não fosse o Fies, eu não teria conseguido arcar com a faculdade até mesmo com o valor”, conta Alan Pereira dos Santos, estudante de arquitetura.
O Ministério da Educação declarou que está trabalhando para estabilizar o sistema e que a lentidão foi por causa do volume alto de acessos.