O GLOBO venceu o Prêmio ABMES de Jornalismo na categoria "escrito de abrangência nacional" com uma série de reportagens de 2019 sobre educação à distância (EaD) no ensino superior, realizada pelos jornalistas Bruno Alfano e Paula Ferreira. O anúncio foi feito na noite desta sexta-feira.
— Mesmo antes da pandemia, a EAD já se mostrava relevante no sistema educacional brasileiro e agora, com a crise sanitária, ganhou protagonismo absoluto. Nossa série de reportagens abordou a modalidade de diferentes pontos de vista, para entregar ao leitor uma discussão ampla, que segue atual para quem deseja entender o que estamos vivendo atualmente e como deverá ser a formação universitária nos próximos anos — afirma Alfano, autor das reportagens.
As reportagens mostraram, por exemplo, que, no setor privado, alunos de EaD já eram maioria em metade das formações universitárias em que os estudantes podem optar entre o modelo presencial e o on-line e que a cada três estudantes de Pedagogia no Brasil, dois (65%) faziam naquele momento o curso à distância.
— Esse prêmio adquire um significado ainda maior no momento que estamos vivendo, no qual o acesso à educação tem se tornado cada vez mais restrito no país. Também é uma forma de mostrar a relevância do jornalismo de educação para promover mudanças na sociedade — diz Paula Ferreira, que também assina a série jornalística.
Segundo dados do relatório Education at a Glance, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil tem apenas 21% dos adultos de 25 a 34 anos com ensino superior. Além disso, ainda de acordo com a OCDE, um brasileiro com educação superior ganha, na média, o dobro do valor pago a quem tem apenas o ensino médio completo.
A Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) premiou na noite desta sexta-feira seis trabalhos jornalísticos, três de abrangência nacional nas modalidades vídeo, áudio e escrito e outros três, das mesmas categorias, com reportagens regionais.
Esta edição, a quarta já realizada pela instituição, registrou 329 inscrições, um recorde de participação de jornalistas de todo o país. O julgamento final foi feito pelos membros da Academia Brasileira de Letras (ABL) Arnaldo Niskier, Marcos Vilaça e Merval Pereira.