O número de matrículas na educação superior particular no primeiro semestre de 2022 aumentou 35% na comparação com igual período do ano passado, para 23,7 mil novos alunos. Os dados foram divulgados pela pesquisa “Observatório da Educação Superior: o que atraem mais os estudantes”, realizada pela empresa de pesquisas educacionais Educa Insights em parceria com a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES).
Segundo o levantamento, os cursos semipresenciais e híbridos tiveram o maior avanço, com salto de 43% no número de novos ingressantes em comparação com mesmo período do ano passado, para 1,8 mil alunos.
O levantamento aponta que os investimentos em tecnologia e novas abordagem de ensino-aprendizagem são legados da pandemia que impulsionou o hibridismo no setor. “A pesquisa mostra que os dois anos da pandemia mudaram a cabeça dos estudantes a respeito da oferta de EAD. O interesse deles pelas graduações não presenciais quase dobrou. Continuamos percebendo que os cursos a distância vão continuar crescendo mais rápido do que os tradicionais”, explicou o diretor presidente da ABMES, Celso Niskier.
Niskier destacou que o interesse inicial do aluno pelo modelo EAD vem de questão financeira — já que o ticket médio dos custos presenciais são maiores. O desafio do setor, entretanto, é lidar com a maior evasão desse aluno. “O aluno para persistir no EAD ele tem de ter muita resiliência. É um grande desafio para as instituições reduzir essa evasão criar ambientes cada vez mais engajantes. Esse é um espaço de inovação tecnológica com ferramentas de aprendizagem para personalizar a experiência do aluno”, defendeu. “A experiência do EAD pode ser satisfatória como aprendizado para além da adequação de preço que leva o aluno a experimentar o formato em um primeiro momento”, defendeu.
Considerando apenas a modalidade EAD, o setor apresentou alta de 22% no número de matrículas, para 5,6 mil alunos. Já o presencial saltou 39%, para 16,3 mil. Niskier explicou que o menor salto em EAD veio diante da uma base muito forte do segmento no ano passado.
Daniel Infante, da Educa Insights, explicou que o desempenho do primeiro semestre deste ano levou o setor pela primeira vez a níveis próximos do que foi o pré-pandemia no lado presencial, enquanto o EAD manteve o ritmo de forte crescimento mesmo nos períodos de distanciamento social. Há, entretanto, desafios na comparação mais precisa com o pré-pandemia já que o levantamento começou a ser feito em 2020.