Em meio ao debate sobre a regulamentação para a criação de cursos de medicina no país, que acontece em um cenário de disputas judiciais, retomada do programa Mais Médicos e pressão de empresas educacionais de olho em um segmento lucrativo, a Abmes (Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior) vai divulgar uma nova projeção sobre a oferta de formandos para o mercado.
Conforme os dados da entidade, baseado em estudo encomendado à empresa de pesquisa educacional Educa Insights, se mantiver o ritmo atual de egressos dos cursos de medicina, o Brasil só deve alcançar o patamar de 3,5 médicos a cada 1.000 habitantes em 2030.
Celso Niskier, presidente da Abmes, fala em risco de um apagão médico, que ele atribui a fatores como a trava na abertura de novos cursos de medicina. A medida, que vale até abril deste ano, foi implementada no final do governo Temer.
Niskier defende a aceleração na formação de novos médicos, por meio da retomada do programa Mais Médicos e pela criação de novos cursos, usando para as duas vias os mesmos critérios de qualidade.
"É urgente que se discuta a abertura para projetos de qualidade de instituições que queiram oferecer cursos médicos, tanto as públicas quanto as privadas. O crescimento deve se dar em todo sistema para que esses números não precisem esperar até 2030. A próxima pandemia não vai esperar para que os médicos que estão agora ingressando se formem", diz.