MOOCs, inovação disruptiva e o futuro do ensino superior

Espaço destinado à atualização periódica de tecnologias nacionais e internacionais que podem impactar o segmento educacional e, portanto, subsidiar gestores das instituições de ensino para que sejam capazes de agir proativamente olhando para essas tendências.

18/05/2021 | 5211

MOOCs, inovação disruptiva e o futuro do ensino superior

Por Carmem Tavares*

A partir de abril de 2021 o Coursera, empresa de tecnologia educacional passa a integrar a Bolsa de Valores de Nova York (NYSE: COUR), o principal mercado de valores mobiliários do mundo através de sua oferta pública inicial. Hoje, a Coursera oferece centenas de cursos online disponíveis para acesso em quase todos os países, a maior parte deles elaborados pelas melhores universidades do mundo e tudo isso gratuitamente.

Os analistas do Goldman Sachs pontuaram recentemente que as ações da educação global superaram o índice MSCI World (Morgan Stanley Capital International), empresa americana que emite análises para investimentos como equity, fundos de hedge, índices de mercado, equity, entre outros, em cerca de 54% nos 12 meses até 1º de fevereiro de 2021, quando ponderados pela capitalização de mercado, e por impressionantes 135% nos últimos três anos. Portanto, o mercado possui um potencial enorme de US $ 5 trilhões que está sub-representado no mercado de capitais.

Na verdade, ações de educação e ações de tecnologia educacional, em particular, devem acelerar nos próximos meses, de acordo com analistas financeiros que vem recomendando uma série de ações do setor.

Os MOOCs (Massive Open Online Courses), surgiram em meados do século XX no Estados Unidos para atender um público maior de alunos e ainda como uma competência de inovação dos gestores de ensino superior para a otimização de custos. Hoje essa tecnologia educacional se espalhou por todo o mundo e boa parte das IES conseguem imprimir a mesma qualidade educacional existentes nos cursos presenciais.

À medida que a pandemia se espalhava, 1,5 bilhão de crianças passaram a usufruir do aprendizado remoto, de acordo com dados da UNESCO. Os downloads de aplicativos de educação dispararam em março de 2020, enquanto os professores e executivos educacionais migraram para o treinamento online .

Com a aceleração do mercado de aprendizado remoto as salas de aulas virtuais passam a contar com aplicativos educacionais e educadores que buscam novas ferramentas para se adaptarem a tempos de pandemia. A mudança para currículos digitais da educação infantil a pós-graduação trouxe a necessidade de ajuste institucional neste processo de transformação digital.

De aplicativos organizacionais e de produtividade, como o Blackboard, até aos que promovem um aprendizado mais baseado em competências para o trabalho, como o DuoLingo, estão sendo utilizados como nunca antes na história. Globalmente, observa-se que os downloads de aplicativos utilizados em educação tiveram um pico em março de 2020, aumentando em 90% se comparado com a média semanal do quarto trimestre de 2019. Um detalhe importante é que a geração Z se envolveu 55% a mais no uso de aplicativos educacionais, o que antes já utilizavam para jogos e outros interesses. Nos EUA, observa-se um crescimento   de 135% como demonstrado no gráfico abaixo.

Fonte: https://www.appannie.com/ acessado em maio de 2021.

Este estudo aponta os três principais aplicativos educacionais com mais downloads nos EUA após a semana de 22 de março de 2020. Entre eles o Google Classroom , Remind  (um aplicativo para Android e iOS que oferece um ambiente de interação para professores se relacionarem com os alunos e os pais)    ClassDojo , que pontuaram respectivamente uma a 580%, 290% e 565% de crescimento, respectivamente, em comparação com a média semanal em janeiro de 2020. Vejam no gráfico abaixo.

Fonte: https://thejournal.com/ acessado em maio de 2021.

Isso representa um aumento expressivo na demanda por esses e outros aplicativos de aprendizagem remota e uma indicação do número crescente de escolas que fecharam as portas em meio a esta crise e, em vez disso, passaram a usar dispositivos móveis para continuar a ministrar as aulas online. Números que já havíamos tratado no artigo “Uma projeção para o mercado educacional 2020/2026” em que apresentei relatórios de mercado divulgados em outubro de 2020 e que pode ser encontrado nas publicações anteriores desta coluna.

Cabe ressaltar ainda que a demanda por esses aplicativos vai se alterando. Ao final de março de 2020 o Google Classroom já aparece em 4º lugar entre os aplicativos que não são focados em jogos e o Zoom passa a ser o mais acessado, seguido pelo TiK Tok, Houseparty e Flipigrid, uma plataforma de vídeo educacional de formato reduzido. As instituições passam a explorar e buscar os aplicativos que mais atendam as demandas e experiências de seus usuários. O importante é que a estratégia móvel nunca prevaleceu de forma tão expressiva no setor educacional e nos sistemas escolares. E acredite, é apenas o começo, mas esta inovação disruptiva será o futuro do Ensino Superior!

Quer fazer a transformação digital de sua instituição? Capacitar docentes? Desenvolver competências de inovação para agir proativamente num mercado cada vez mais competitivo? Entre em contato com a PRO INNOVARE! O link aparece abaixo.

 

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*Carmem Tavares é Gestora Educacional e de Inovação com 28 anos de experiência no mercado educacional privado brasileiro em instituições de diversos portes e regiões

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Carmen Tavares

Gestora educacional e de inovação com 28 anos de experiência em instituições de diversos portes e regiões, com considerável bagagem na construção de políticas para cooperação intersetorial, planejamento e gestão no ensino privado tanto na modalidade presencial quanto EAD. Atuou também como executiva em Educação Corporativa e gestora em instituições do Terceiro Setor. É mestre em Gestão da Inovação pela FEI/SP, com área de pesquisa em Capacidades Organizacionais, Sustentabilidade e Marketing. Pós-graduada em Administração de Recursos Humanos e graduada em Pedagogia pela UEMG.

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