Por: Carmen Tavares*
Entramos em 2023 com a certeza de que a construção da nova sociedade do século XXI deverá ser desenvolvida sob a égide preconizada por um novo modelo de educação e formação profissional capaz de contribuir para a competitividade das nações.
Importantes inovações disruptivas em tecnologias de informação e comunicação como a Internet promovendo o acesso a virtualmente qualquer pessoa, a qualquer momento, a qualquer recurso, além de outras como a chamada computação em nuvem, possibilitando a disponibilidade de aplicações por menor custo e dentro de novo modelo de serviços e ainda a IA - Inteligência Artificial, estão reformulando radicalmente o conceito de entrega do serviço de educação.
Há mais de 15 anos, instituições privadas de ensino vêm oferecendo educação à distância e outros espaços de formação como universidades corporativas, vem crescendo significativamente. IES no Brasil e ao redor do mundo, por exemplo, vem criando oportunidade para um grande número de pessoas obterem a sua graduação usando o tempo livre e que de outra maneira não teriam condições. Universidades corporativas, como os programas de treinamento empresariais vem treinando o corpo gerencial e profissional em sofisticadas novas competências para fazer frente às novas demandas singulares de tecnologia enfrentadas.
Para que a universidade continue desempenhando seu papel fundamental de construir conhecimento e pesquisa que correspondam aos interesses reais da sociedade global, como também o de transferir o conhecimento construído para a solução de problemas sociais e mercadológicos cada vez mais complexos, há necessidade de busca e incorporação de novas técnicas, tecnologias, metodologias e desenvolvimentos, tanto na área de entrega da educação, quanto na área de relacionamento com os seus stakeholders, alunos, professores, mercado empresarial e a sociedade em geral, para transformar instituições de ensino em organizações empreendedoras com benefícios de competitividade da nação.
O setor de serviços, sobretudo o segmento de educação, tem crescido nas maiores economias do mundo representando um grande percentual na economia brasileira, o que emprega uma parcela importante da força de trabalho disponível no mercado. Portanto, o setor educacional é de fundamental importância para o crescimento econômico e social do país nos próximos anos e as instituições de ensino não podem desconsiderar a necessidade de um trabalho cada vez mais integrado com o setor produtivo, mercado e governo.
Há necessidade de utilizar-se de novos paradigmas de serviços e marketing de serviços e apresentar na prática como gerir a inovação no segmento.
É crescente o número de pesquisas que tem se dedicado a investigar a adoção de práticas de marketing pelas Instituições de Ensino Superior - IES em seu relacionamento com seus públicos, incluindo os alunos. A velocidade com que novas necessidades de conhecimento em setores da economia têm crescido estimula a demanda dos alunos por adquirir esses conhecimentos necessários de uma maneira personalizada para suas próprias necessidades. Em termos práticos a adoção de uma abordagem de marketing de relacionamento no ensino superior se mostra benéfica, como apontam alguns estudos nessa área.
Um dos objetivos de mantenedores é estimular as IES mostrando os principais conceitos e teorias de Marketing de Serviços dentro de uma lógica de serviços dominante e como esses fundamentos de Marketing de Serviços podem e devem ser empregados pelas Instituições de Ensino Superior para nortear sua busca de inovação em seu negócio fim e o atendimento de todos seus objetivos como instituição. Serão analisados casos internacionais e nacionais.
*Carmen Tavares é Gestora Educacional e de Inovação com 28 anos de experiência no mercado educacional privado brasileiro em instituições de diversos portes e regiões