A falta de recursos para o finaciamento estudantil no País, que pode prejudicar o ingresso de alunos no ensino superior, foi o principal ponto discutido nesta terça-feira (25) em audiência pública na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados.
Representante da Federação Nacional das Escolas Particulares, Amábile Pacios lembrou que as instituições particulares de ensino são responsáveis por quase 82% das vagas de graduação ofertadas no País.
Vicente de Paula Júnior, do Ministério da Educação, explicou que o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) é um programa que vem sendo aperfeiçoado ao longo de sua vigência.
Ele destacou que ainda em 2016 o fundo vai disponibilizar 300 mil novas vagas. "Já temos uma proposta de lei orçamentária no Congresso em torno de quase R$ 20 bilhões que serão destinados à garantia dos contratos existentes e à oferta de novas vagas para 2017", afirmou.
Recursos alternativos
A diretora da Associação Brasileira para o Desenvolvimento da Educação Superior, Elizabeth Guedes, assinalou que o orçamento previsto atende 300 mil vagas, mas que é necessário mais recursos. "O que nós vamos precisar, e o MEC está conversando com o Ministério da Fazenda em relação a isso, é de mais recursos. É preciso conseguir que o governo participe com subsídios na parte dos juros para que os bancos privados entrem na operação e seja possível incluir no programa pessoas de renda familiar muito baixa."
Elizabeth Guedes destacou ainda que aqueles que cursam a universidade têm salário três vezes maior do que os trabalhadores com nível médio. Em sua avaliação, ampliar o financiamento destinado aos alunos de baixa renda é fundamental para que o País possa crescer.
Falta financiamento
O autor do requerimento para a realização da audiência pública, deputado Giuseppe Vecci (PSDB-GO), destacou que faltam recursos para que todos os jovens egressos do ensino médio possam cursar uma faculdade e, por isso, é preciso discutir novas formas de financiar quem tem interesse em estudar mas não tem renda para isso.
"Hoje, nós temos cerca de um 1,7 milhão a 1,8 milhão de integrantes e, desse total, as faculdades privadas absorvem cerca de 1,5 milhão. Somente 300 mil são financiados pelo Fies, então há um número grande de pessoas que estudam em faculdade particular e não têm financiamento."
Rede privada
Dados do MEC apontam que, em 2015, o número de novos alunos em cursos de graduação no Brasil caiu 6,1%. Com isso, o País perdeu 190 mil alunos em relação ao ano anterior. Desse total, 176 mil novos estudantes seriam da rede privada de ensino superior.
Mesmo com a perda de alunos, a rede privada continua sendo responsável pela matrícula de 81,7% dos que ingressam na graduação.