Instituições de Ensino Superior e alunos enfrentam dificuldades e incertezas na hora de pagar o Fies. O Fundo de Financiamento Estudantil foi criado pelo Ministério da Educação para ajudar estudantes a pagar cursos em instituições privadas, mas, atualmente, convive com a inadimplência.
Mais da metade dos contratos em fase de amortização está com pagamento atrasado desde junho. Segundo o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, mais de 416 mil estudantes estão irregulares, totalizando dívida que chega a R$ 20 bilhões.
Andrew Olímpio, que se formou em Engenharia Civil há dois anos e meio, começa a pagar o Fies em janeiro. Ele apontou as dificuldades enfrentadas com a taxa de manutenção administrativa cobrada no período de estudo. O engenheiro civil cobrou uma análise mais técnica dos candidatos ao financiamento.
Para o diretor executivo do Femesp, Rodrigo Capelato, os números ruins do Fies têm relação com a crise financeira enfrentada pelo país e também com o ano eleitoral. Ele destacou que a burocracia e a desinformação também contribuem para os resultados ruins.
As mudanças apresentadas pelo Ministério da Educação com o Novo Fies tinham como objetivo reduzir esses problemas e ampliar o número de financiamentos. Porém, o diretor executivo da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior, Sólon Caldas, acredita que a atualização do programa gerou mais dificuldades aos estudantes.
Caldas destacou que a crise foi determinante para a inadimplência no programa, assim como ocorreu em outros setores.
O secretário-executivo do Ministério da Educação, Henrique Sartori, garantiu que a pasta está preocupada com a situação dos endividados e destacou que o modelo anterior de financiamento era insustentável.
E o Fies segue perdendo relevância ano a ano. Em 2017, de acordo com o Semesp, apenas 5,7% dos calouros entraram na faculdade por meio do programa.