Começa na segunda-feira (29) o prazo para a renegociação das dívidas com o Fies, o programa de crédito para o ensino superior do governo federal. Mais de 500 mil estudantes estão com parcelas atrasadas há mais de três meses.
O caminho traçado era ter um diploma de farmacêutica, um emprego e a renda para pagar o financiamento da faculdade. Não aconteceu nada disso e restou a dívida.
“É frustrante porque todo mundo tem sonhos e tem gente com sonhos tão grandes. O meu é apenas estudar, me formar, dar uma vida melhor para minha filha e eu não estou conseguindo”, disse Larissa da Silva Gomes.
Seis em cada dez pessoas que usaram o Fies para estudar têm parcelas em atraso. São 517 mil contratos com prestações vencidas: mais R$ 2 bilhões de um total de R$ 11,2 bilhões que os universitários pegaram emprestado e ainda não pagaram.
Essa é a maior dívida acumulada nos 20 anos do programa de financiamento estudantil. As renegociações até então eram feitas caso a caso, agora, as regras valem para todos que fecharam contratos até 2017, estão em fase de amortização e têm prestações atrasadas há pelo menos 90 dias.
As parcelas vencidas e as não vencidas serão somadas e será feito um novo cronograma de pagamentos. Mais quatro anos para quitar o que devem. A taxa de juros continua a mesma. Só que tem que dar uma entrada: 10% do valor total da dívida ou R$ 1mil, o que for maior, e a prestação será de no mínimo R$ 200.
O governo aposta na renegociação, mas o representante das universidades particulares diz que nem o refinanciamento deve resolver o problema.
“Da forma como está posto, ele não atende à necessidade desta camada de brasileiros que estão desempregados no momento e não estão em condições de arcar com seus compromissos”, diz Sólon Caldas, diretor-executivo da ABMES.